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Uso de animais em treinamento militar pode ser proibido nos Estados Unidos

12 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Um novo projeto de lei apresentado no Congresso dos Estados Unidos promoverá a utilização de testes com modelos humanos e proibirá o uso de animais vivos em treinamentos militares.

Treinamento com simulador SimMan. Macaco usado em treinamento militar. (Imagens: AnimaNaturalis)
Treinamento com simulador SimMan. Macaco usado em treinamento militar. (Imagens: AnimaNaturalis)

Atualmente são utilizados cerca de 8.500 cabras e porcos por ano, que são gravemente feridos com facas, armas de fogo ou submetidos a amputações de todos os tipos, para causar-lhes hemorragia. Nos cursos de tratamento de ferimentos químicos, os macacos são submetidos a doses tóxicas de fisostigmina, que lhes causa convulsões, dificuldades respiratórias e os leva à morte.

A medida, conhecida como Battlefield Excellence (em português, Excelência de Combate), está sendo introduzida por meio de um projeto de lei de Práticas de Treinamento Superior (em inglês, BEST) e promovida pelo deputado republicano Bob Filner, chefe do Comitê de Assuntos Veteranos do Congresso.

De acordo com esta lei (HR 4269), o uso de macacos vivos para demonstrar os efeitos de armas químicas pode ser proibido imediatamente. O uso de animais vivos no treinamento de traumas em combate pode ser proibido em 2013 e substituído por métodos superiores, como um simulador de paciente humano Army’s Combat Trauma Patient Simulator (em português, Simulador de Paciente com Traumas de Armas de Combate).

“O cuidado das tropas feridas em combate exige reações rápidas, e não há tempo para fazer um treinamento com animais no caso dos cuidados de sobrevivência de um paciente humano”, declara o cardiologista do Comitê de Médicos por uma Medicina Responsável (PCRM, em inglês), John J. Pippin. “A lei assegura um treinamento militar tecnologicamente avançado e baseado em modelos humanos”. Esses tipos de dispositivos, tais como simuladores de pacientes humanos, imersão total em um ambiente que simula um campo de batalha e a rotatividade nos centros de traumatologia militares e civis são usados como métodos de formação em medicina civil e militar.

Segundo a lei BEST, “os métodos baseados em humanos foram desenvolvidos e validados por especialistas em ferimentos de guerra e agentes de ataques químicos e biológicos. O estancamento de hemorragias, drenagem de feridas no tórax, comprometimento respiratório e muitos outros ferimentos de combate podem ser treinados usando muitos simuladores médicos e treinamentos parciais”.

Dias depois da introdução do projeto da lei BEST, o Congresso incluiu um novo relatório no projeto de lei de Apropriações de Defesa, solicitando uma investigação sobre a utilização de animais vivos para a formação médica militar. O relatório inclui um pedido do senador Robert Wyrd, intitulado “Relatório sobre a utilização de primatas vivos em treinamentos relacionados com agentes químicos e biológicos”. A petição é dirigida ao Secretário de Defesa, solicitando um relatório ao Congresso no prazo de 90 dias, que inclua “uma explicação do motivo pelo qual a utilização de primatas, neste tipo de treinamento, é mais vantajosa e realista que o uso de simuladores humanos e outras alternativas”.

Apesar de tal pedido não estar incluído na versão final do projeto de lei, a inclusão da petição no relatório significa que o Departamento de Defesa deverá responder esta pergunta.

Com informações de AnimaNaturalis

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