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Ativistas protestam na Espanha contra o uso de animais em circos

5 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

Dezenas de pessoas se reuniram neste domingo (03) na porta da Plaza de Toros de Valencia, na Espanha, para protestar contra os maus-tratos de animais em circos e pedir à prefeitura da cidade a proibição desse tipo de espetáculo em que seres vivos são usados.

O protesto foi realizado devido à chegada na cidade de até três circos que utilizam animais em suas apresentações, com a exploração de elefantes, tigres, leões, focas, camelos e até um rinoceronte.

Durante o ato três pessoas posaram seminuas e acorrentadas, vestidas como elefante, tigre e leão, e exibiram cartazes com mensagens como “Prisões, cadeias e sofrimento”, “Chega de circos com animais”, “Chega de maus-tratos”, “Direitos para os animais já”. Além disso, várias pessoas gritavam frases como “Os animais não são palhaços”, “Circo sim, mas não com animais”, ou “Este circo maltrata animais”.

Três pessoas posaram seminuas e acorrentadas, vestidas como elefante, tigre e leão. (Foto: AnimaNaturalis)
Três pessoas posaram seminuas e acorrentadas, vestidas como elefante, tigre e leão. (Foto: AnimaNaturalis)

A responsável pela ONG AnimaNaturalis em Valencia, Elisa Arteaga, disse que a reivindicação principal é que a prefeitura discuta e aprove a proibição de animais em circos na cidade, como foi feito em 25 municípios espanhóis. Salienta que a ONG não é contra o circo, mas propõe a substituição da apresentação de animais pela apresentação de pessoas nos espetáculos.

Além disso, Arteaga disse que o “abuso físico e psicológico sofrido por esses animais nos circos é mais do que óbvio” e alertou para “os duros treinamentos” a que são submetidos os animais nesses espetáculos.

Elisa Arteaga também pediu o boicote dos cidadãos e que não apoiem nenhum circo que utiliza animais. Na sua opinião, “assistir a estes espetáculos ensina às crianças a falta de respeito pela natureza e dignidade de outros seres vivos” e os leva a ter uma ideia de que “é divertido testemunhar estes atos que não são naturais e são humilhantes”.

Comportamento destrutivo

Elisa Arteaga explicou que os responsáveis pelo circo “maltratam física e psicologicamente os animais em treinamentos e funções e os obrigam a viver uma vida precária em um estado de exploração extrema”. Como resultado, os animais “desenvolvem uma doença que é chamada zoocosis, realizando movimentos obsessivos e repetitivos, desenvolvendo comportamentos destrutivos e até automutilação”.

Os animais de circo vivem em pequenas jaulas, onde mal podem se mover ou passam a maior parte do dia amarrados com cordas ou correntes. Isso “os impede de desenvolver os seus comportamentos naturais e lhes causa danos psicológicos”.

Cavalos e elefantes passam cerca de 96% do tempo amarrados em cordas curtas, enquanto os tigres e leões passam entre 75% e 99% de sua vida em jaulas de três metros quadrados localizados nos caminhões.

Para Arteaga, os animais atuam apenas por medo, visto que, quanto mais ferozes são, mais dura é a punição, utilizando métodos de treinamento que envolvem o uso de hastes de aço, chicotes, aparelhos elétricos, privação de água e comida, e isolamento.

Assim, “os animais são forçados a adotar comportamentos artificiais e anormais”. Além disso, os constantes ensaios os destroem, assustam e produzem angústia, disse a responsável pela ONG em Valencia.

Nos últimos meses, a AnimaNaturalis tem realizado ações de protesto em várias cidades da Espanha e Catalunha. Isto fez com que um total de 23 localidades se declarassem livres de circos com animais.

Com informações de AnimaNaturalis

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