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Livro traz cadastro de aves nativas da cidade de Mogi das Cruzes (SP)

1 de janeiro de 2010
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Cinco meses. Este foi o tempo que uma equipe de biólogos, em parceria com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, levou para fazer o cadastramento de 144 espécies de aves nativas, ou seja, não domesticadas, como patos e gansos, em parques urbanos da Cidade: 90 no Parque do Centenário e 54 no Leon Feffer. O resultado deste trabalho inédito em Mogi das Cruzes será publicado em um livro, segundo o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Romildo de Pinho Campello.

“Este levantamento serviu para conhecermos melhor que tipos de pássaros temos na área urbana de Mogi e nos auxiliará na montagem, além do livro, de outros materiais didáticos para futuras visitas monitoradas de estudantes nestes parques. Também será importante no ecoturismo, pois existe muita procura por esta modalidade de turismo no mundo inteiro”, enaltece o secretário. “As informações desta pesquisa ainda nos ajudarão a entender o ecossistema para podermos planejar e executar políticas públicas mais eficientes”, acrescenta o secretário.

Os trabalhos de cadastramento das aves começaram em fevereiro do ano passado, no Centenário, e em maio, no Leon Feffer. Neste primeiro, foram feitas seis visitas e, no segundo, quatro. As observações, de em média duas horas por dia, aconteceram sempre no período da manhã, logo cedo. “Os horários de maior movimentação dos pássaros são no início da manhã e no final da tarde. Eles saem do ninho para buscar comida nestes períodos. Quando começa a esquentar e a anoitecer, voltam para a casinha deles”, conta o biólogo Rodnei Iartelli.

Para este levantamento, a equipe utilizou binóculos para observar as aves e câmara fotográfica para fazer o registro. “Ainda tivemos que prestar atenção ao escutar o canto produzido pelos pássaros. Pelo som, pudemos descobrir as espécies”, conta a bióloga Luciana Drygalla, autora de uma pesquisa semelhante no campus da Universidade Braz Cubas. Este levantamento feito na UBC acabou sendo utilizado como parâmetro para o trabalho realizado posteriormente nos parques urbanos de Mogi.

Para Rodnei, a pesquisa no Centenário e no Leon Feffer serve para que os especialistas conheçam melhor os tipos que fazem parte da área urbana da Cidade e quais são as formas mais específicas de conservá-las. “Pela nossa experiência, somente observando por alto, acredito que no Centenário deva existir entre 110 e 120 espécies diferentes. Imagine se estendêssemos este trabalho para outros parques. Teríamos uma riqueza ainda maior de informações”, avalia.

Durante a observação das aves no Parque do Centenário, a equipe formada por Luciana, Rodnei e pelo estudante de Biologia da UBC, Adalberto Bergamasco, deparou-se com algumas surpresas. “Uma vez encontrei uma araponga. Esta espécie está ameaçada de extinção e não é típica de áreas urbanas”, revela Luciana. “Também observamos um Falcão de Coleira. Este foi o primeiro registro no Município. Ainda tive o prazer de ver um curió solto na natureza. Ele deve ter escapado de alguma gaiola, pois é difícil de ser encontrado livre. Aqui, em Mogi, é ainda quase impossível”, disse.

Fonte:  O Diário

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