Quem mora nas cidades da região pantaneira convive mais de perto com alguns animais da fauna regional, mas nem por isso deixa de se impressionar quando sai no quintal de casa e dá de cara com um animal silvestre. Um tamanduá-mirim que chegou a um bairro de Corumbá (MS) em busca de alimento acabou sem ter como voltar para a mata.
O tamanduá-mirim ficou preso na copa de uma árvore e foi retirado por dois policiais florestais que moravam na vizinhança. De acordo com os moradores, o pequeno animal foi encontrado pelas crianças logo na manhã desta sexta-feira (25) e, acuado, não conseguiu descer da árvore.
“Cuidei a manhã toda porque aqui desse lado a criançada apedreja, ficam jogando pedras. Até avisei o vizinho”, declarou Regina da Conceição Alves, aposentada.
A Polícia Ambiental auxiliou na retirada do bicho, que já estava enfraquecido por falta de alimento.
“Vamos encaminhar para o quartel e depois para o CRAS ou um órgão que seja responsável pelos cuidados do animal”, disse o sargento Táceo Corrêa, da Polícia Militar Ambiental.
O CRAS, Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, que fica em Campo Grande, recebe milhares de animais todos os anos, vítimas de maus-tratos, atropelamentos ou que saem das matas e chegam às áreas urbanas. Quando conseguem se recuperar, são devolvidos à natureza.
O tamanduá-mirim (o nome científico é Tamandua tetradactyla) é um mamífero xenartro da família Myrmecophagidae, sendo encontrado da Venezuela ao sul do Brasil. Possui cabeça, pernas e parte anterior do dorso de coloração amarelada, restante do corpo negro, formando uma espécie de colete, cauda longa e preênsil e patas anteriores com quatro grandes garras.
Tem hábitos preferencialmente noturnos, mas também costuma sair em busca de alimento durante o crepúsculo. Mamífero, prefere alimentar-se de insetos, sendo a formiga e o cupim seus preferidos. Utiliza as fortes garras para fazer um buraco no cupinzeiro e com a língua captura os insetos.
Esta espécie encontra-se ameaçada pela ação predatória dos homens, pela redução das florestas, pelas queimadas que eliminam sua fonte de alimento, pelos atropelamentos em rodovias que cruzam seu habitat natural e pelo ataque de cães domésticos.
Fonte: Portal MS
