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15 mil cavalos são abatidos por ano na França para o consumo de carne

20 de dezembro de 2009
3 min. de leitura
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Socorro Ruelas (da Redação – Paris)

A 35ª edição do Salão do Cavalo de Paris terminou no domingo (13), depois de nove dias dedicados ao mundo da equitação. Em Villepinte, um subúrbio localizado ao norte da capital francesa, foi organizado este tradicional encontro onde se realizam competições e a venda de cavalos.

A Fundação Brigitte Bardot (FBB) quis entrar no local para difundir a sua campanha: “Não coma cavalo!”, visto que cerca de 15 mil animais são abatidos por ano na França.

De 24 de novembro até a última segunda-feira, 14 de dezembro, a FBB manteve a sua campanha para denunciar o abate de cavalos para o comércio de sua carne. Durante 20 dias, era possível ler o slogan “Não coma cavalo!” no metrô parisense e em ônibus itinerantes, um dos quais instalado nas imediações do Salão do Cavalo de Paris, realizado de 5 a 13 de dezembro.

"Não coma cavalo". (Imagem:www.jenemangepasdecheval.com)
Imagem: jenemangepasdecheval.com

A Fundação Brigitte Bardot revela que a cada ano são consumidas na França mais de 30 mil toneladas de carne de cavalo. Milhares de animais foram sacrificados em condições questionáveis. No país existem hoje cerca de 1.035 açougues onde a carne de cavalo é vendida, um produto que cada vez mais está presente nos refrigeradores das grandes cadeias de supermercados.

No território francês, 88% dos cavalos abatidos têm raças múltiplas, enquanto um em cada quatro potros nascidos são destinados ao abate antes de completarem 18 meses. Dessa forma, a carne de cavalos jovens invade o mercado. Soma-se outra quantidade de cavalos de corrida feridos ou que não alcançam o tempo necessário para competir nos hipódromos.

Campanha da Fundação Brigitte Bardot. (Imagem: Jenemangepasdecheval.com)
Campanha da Fundação Brigitte Bardot. (Imagem: Jenemangepasdecheval.com)

Relatórios da Fundação Brigitte Bardot, que supervisiona o respeito aos direitos dos animais, revelam que, na França, 80% dos cavalos são abatidos com menos de 10 anos, 20% são potros com menos de dois anos. Além da exploração de cavalos franceses, comerciantes importam cavalos procedentes dos países do leste da Europa. Para chegar à França, estes animais percorrem longas distâncias trancados em caminhões, sem serem alimentados, sem água. A fraca condição física pode resultar em morte antes de chegarem aos supermercados.

A Fundação Brigitte Bardot reitera os riscos à saúde humana que envolvem o consumo de carne de cavalo, um produto que não escapa do perigo de passar a triquinose, uma doença parasitária causada pelas larvas mal cozidas, como pode ser o caso da carne de origem equina.

Segunda a Fundação, na Europa foram registrados cerca de 6.500 casos de triquinose, dos quais cerca de 2.400 foram registrados na França desde 1975. A maioria desses casos ocorreu em forma de epidemia nos anos de 1975, 1985 e 1988, e estaria relacionada com o consumo de carne de cavalo.

Neste contexto, o slogan “Cavalo: animal não comestível” reforça uma campanha para divulgar a lista dos supermercados e empresas em todo o território francês que participam do comércio de carne de cavalo.

Para apoiar esta causa visite: www.jenemangepasdecheval.com

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