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Conservação do peixe-boi marinho envolve Piauí e Ceará

19 de dezembro de 2009
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Um projeto voltado para a preservação do peixe-boi marinho tenta proteger o mamífero marinho mais ameaçado do Brasil. As reuniões com a comunidade estão acontecendo e nestes próximos dias será encerrada a rodada de consultas para a criação de mais um espaço no litoral brasileiro. O Refúgio da Vida Silvestre (RVS) Peixe-boi Marinho, como está sendo chamado, ocupará uma área de aproximadamente 41 mil hectares entre os municípios de Chaval e Barroquinha, no litoral cearense, e Luis Correia e Cajueiro da Praia, na costa piauiense.

O peixe-boi marinho pode chegar ao comprimento de quatro metros e pesar até 600 quilos. Alimenta-se de plantas aquáticas submersas
O peixe-boi marinho pode chegar ao comprimento de quatro metros e pesar até 600 quilos. Alimenta-se de plantas aquáticas submersas. Foto: Diário do Nordeste.

Durante os primeiros encontros, foram realizadas palestras sobre a proposta do RVS e apresentado documento que mostra um estudo realizado, no primeiro semestre de 2008, pela Associação de Pesquisas e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), uma ONG da área ambiental com sede em Fortaleza. As estimativas mais otimistas apontam apenas cerca de 500 animais da espécie vivendo ao longo dos litorais norte e nordeste do Brasil.

O peixe-boi marinho habita as regiões rasas do litoral pelo fato de o alimento ser abundante. Pode chegar ao comprimento de quatro metros e pesar até 600 quilos. Alimenta-se de plantas aquáticas submersas, algas e capim-agulha, e de plantas do mangue, quando entra nas barras de desembocadura de rios.

Francisco Ermínio Sobrinho, que atua como um defensor-nato da espécie, lembra o pior. “Por causa da destruição dos manguezais e estuários, abrigos naturais dos recém-nascidos, ele não consegue se reproduzir. Com isso, as fêmeas ficam impedidas de chegar às áreas de água salobra, os manguezais, para parir”, disse Erminio. Muitas vezes, o filhote recém-nascido, ainda fraco e inexperiente, é separado da mãe devido a ventos e correntes, encalhando posteriormente na praia e vindo a morrer, caso não seja resgatado. Esse tipo de problema é observado com mais intensidade na zona costeira.

As reuniões de consultas para a criação de mais um espaço no litoral brasileiro para manejo e preservação do peixe-boi marinho com as comunidades locais foram uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e o Centro de Nacional de Pesquisa Conservação, Manejo de Mamíferos Aquáticos (CMA) e Aquasis.

O Refúgio da Vida Silvestre é uma categoria de unidade de conservação de proteção integral. De acordo com a lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), o objetivo é proteger ambientes naturais onde se tenham condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

O Projeto Peixe-Boi foi criado em 1980 pelo Governo Federal, numa tentativa de avaliar a situação em que se encontrava o peixe-boi marinho no Brasil. Em 1990, o projeto recebeu o status de Centro Nacional de Conservação e Manejo de Sirênios, uma unidade descentralizada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Desde então, conta com o apoio técnico-administrativo da Fundação Mamíferos Marinhos, uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos, que capta recursos para investimentos no Projeto Peixe-boi.

Fonte: Vooz

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