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Tartarugas marinhas são resgatadas de rede de pesca na Bahia

17 de dezembro de 2009
2 min. de leitura
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Na manhã de quarta-feira (16), quatro tartarugas marinhas da espécie “tartaruga-verde” (Chelonia mydas) foram retiradas, pelos voluntários da ONG PAT ECOSMAR, de uma rede de pesca na frente da praia da Arakakai, em Santa Cruz Cabrália, Bahia.

O PAT tinha recebido ligações do IBAMA, da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Cruz Cabrália e de vários populares sobre a presença de tartarugas ainda vivas numa rede de espera não muito distante da praia.

Uma delas já tinha morrido por afogamento. Das três tartarugas vivas, duas foram soltas na hora e a terceira, que estava desmaiada, recebeu uma massagem para expelir a água. Levada para a base do PAT em Porto Seguro, a tartaruga se recuperou e foi solta algumas horas mais tarde.

Todo mundo sabe, inclusive quem coloca essas redes, que a praia do Arakakai é área de alimentação de tartarugas marinhas. Ao longo desses anos o PAT ECOSMAR já resgatou vários animais vítimas de captura (acidental e não acidental) em redes de pesca colocadas no mesmo lugar. E a mesma coisa acontece nas praias da orla norte de Cabrália, na Coroa Vermelha, na Ponta Grande, nas praias do Apagafogo e da Pitinga, no Taipe, na foz do Rio dos Frades.

As redes colocadas por pescadores, artesanais ou não, são a principal causa de morte de tartarugas marinhas e de golfinhos no mundo.

A falta de consciência ambiental de quem coloca uma rede de espera no meio de uma área de alimentação de tartarugas marinhas junto à falta de fiscalização dos órgãos prepostos e à total falta de apoio e patrocínios às ONGs que atuam na área costeira (que são formadas por voluntários) agrava ainda mais a situação no extremo sul da Bahia.

A maioria dos quelônios marinhos que aparecem nas águas costeiras da nossa região é da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas). Trata-se de espécie ameaçada de extinção, conforme listas nacionais (IBAMA) e internacionais (UICN).

Lembramos que o art. 29 da lei 9605/98 pune com até dois anos de cadeia quem comercializa ou consome carne e ovos de tartarugas marinhas.

É importante também ressaltar que, conforme estudo da Sociedade Brasileira de Microbiologia, 46% das tartarugas marinhas examinadas durante uma pesquisa na Bahia apresentavam salmonela, que causa febre tifoide.

Segundo Daniel Schnitzer, coordenador área do PAT ECOSMAR que realizou o resgate das tartarugas presas na rede, duas das quatro tartarugas retiradas da rede apresentavam sintomas de fibropapilomatose (tumores onde são usualmente encontrados agentes infecciosos como poxvírus, herpesvírus e klebsiela).

“Assim, além de ser crime ambiental, consumir carne de tartarugas marinhas pode causar sérios prejuízos à saúde”, diz Paolo, coordenador das equipes de campo da PAT ECOSMAR (que desde 1998 têm uma autorização do Projeto TAMAR para o manejo de tartarugas marinhas).

Ajude você também, avisando os voluntários do PAT ECOSMAR de desovas ou de animais que precisem de ajuda, ligando para (73) 3679.1224 (base de praia de Porto Seguro).

Fonte: O Sollo

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