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Fundos de pensões para animais

17 de dezembro de 2009
2 min. de leitura
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Um amigo meu foi recentemente encontrado inanimado em sua casa. Está internado num hospital central em coma por possível hemorragia cerebral, com prognóstico muito reservado. Para além desta notícia, que me entristece imenso, há outro aspecto que me causa alguma ansiedade.

Vivia sozinho com o seu cão, o seu ente mais próximo, que não pode chamar o INEM (os cães não sabem – ainda – ligar o celular). Não sei qual foi a reação do cão enquanto o meu amigo jazia inconsciente – se o lambeu, se chorou, se ladrou! Nada fez efeito. Se ele falecer ou ficar em coma, o que irá acontecer ao cão? Vai para abate? Conseguirá que alguém o recolha e tome conta dele?

Não sendo este exatamente o caso, sabemos contudo que são abandonados anualmente cerca de um milhão de animais, o que levanta inclusivamente questões relacionadas com a saúde pública. Por que não criar, como existe no Reino Unido e com o patrocínio da rainha (Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals), um fundo de pensões para animais de estimação?

Em Portugal, esta sociedade poderia até ser patrocinada por uma ou várias entidades, sob o lema da responsabilidade social, neste caso sobre os animais. Porque os animais merecem toda a nossa estima e amizade.

Certamente que este meu amigo não se teria importado de descontar uma pequena quantia por mês para ter a certeza de que o seu amigo de quatro patas ficaria bem entregue e cuidado, em caso de acidente ou impossibilidade do próprio, como infelizmente sobreveio. E estaria melhor, sabendo que o seu fiel companheiro não ficaria entregue à bicharada. Como disse o naturalista alemão Alexander van Humboldt, “mede-se o grau de civilização de um povo pela forma como este trata os seus animais”. E nós?

Fonte: CiênciaHoje

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