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Animais são envenenados em Santa Cruz do Sul (RS)

16 de dezembro de 2009
3 min. de leitura
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Helga Ruch, de 79 anos, nunca dedicou tanta atenção a Téo, o gato da família, como nas últimas semanas. Está sempre de olho no paradeiro do bichano – que classifica como “lindo e gordo” – desde que, há menos de dois meses, animais começaram a ser envenenados no Bairro Navegantes, em Santa Cruz do Sul (RS). No começo o alvo eram os cachorros, mas agora os gatos também passaram a ser envenenados e ela não quer que Téo tenha o mesmo fim. “Estamos com medo”, resume.

O clima é o mesmo em quase todo o bairro, que não tem mais do que 300 domicílios. A matança, que começou em outubro, deu uma trégua há cerca de um mês e recomeçou há duas semanas; é o assunto entre os vizinhos. Alguns arriscam a apontar suspeitos, mas por enquanto a polícia ainda não entrou no caso. O que intriga é o que está levando alguém a tamanha crueldade. “Pra que isso?”, questiona Andréia de Souza, 29 anos, que teve o vira-lata Bob morto há 15 dias. “O bicho não incomodava ninguém”, garante.

Os mais de 30 animais envenenados apresentaram os mesmos sintomas, relatam os moradores. “É um veneno muito poderoso, não dá tempo de fazer nada. Em cinco, dez minutos no máximo o bicho está morto”, conta Marinês Bastos, 44, que teve um dos três cachorros mortos. “Os animais ficam trêmulos e produzindo uma baba verde, é uma coisa horrível. Dá muita pena”, acrescenta Marinês, que também está reforçando o cuidado com os dois cães que restam. “Tenho deixado eles mais dentro de casa”.

A cada caso novo a notícia se espalha pelo bairro e a suspeita de que estão jogando pedaços envenenados de linguiça para os animais só aumenta. “Primeiro alguns cachorros da rua apareceram mortos. Pensamos que poderia ser uma doença ou coisa assim, mas aí foi aumentando e o problema atingiu também os que são bem cuidados, mantidos dentro dos quintais e que não incomodam”, comenta Andréia. A preocupação também é em relação às crianças, que podem acabar ingerindo o veneno ou se contaminar ao mexer nos restos de um animal morto. “É uma questão de saúde pública que está sendo ignorada”, denuncia Marinês.

Providências

Há um mês, quando o caso foi noticiado pelo jornal Gazeta do Sul, o médico veterinário da Vigilância Sanitária, Paulo Rutkowsky, havia orientado os moradores a registrarem um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Terça-feira (15) ele reforçou a dica. “É um caso de polícia. Não temos autoridade para investigar quem está fazendo isso. O responsável de ao menos um animal morto precisa denunciar. Isso pode ser enquadrado até como tentativa de homicídio”, diz ele, afastando a possibilidade de que uma doença esteja matando os bichos do bairro Navegantes.

Para evitar novos casos de envenenamento Rutkowsky recomenda que os moradores reforcem os cuidados com os animais. Em caso de morte ele diz que é preciso procurar um veterinário o mais rápido possível para tentar descobrir o que, de fato, está causando a matança. Os corpos devem ser enterrados em buracos fundos e em locais distantes das residências. Ele explica que a Vigilância Sanitária dá um destino apenas aos cadáveres dos bichos de rua.

Fonte: Gazeta do Sul

Nota da Redação: Espera-se que a comunidade denuncie estes crimes, registrando Boletim de Ocorrência, e que a polícia e as autoridades locais tomem providências, investiguem e encontrem os responsáveis pelas mortes dos animais, aplicando as penalidades previstas.

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