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Cão abandonado em residência é ignorado pelo CCZ da Mooca

14 de dezembro de 2009
4 min. de leitura
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Fotos: ALE VIANNA
Fotos: ALE VIANNA

Na semana passada, um jornal local da Vila Prudente, em SP, relatou as dificuldades que os agentes do Centro de Zoonoses na área da Subprefeitura Mooca encontram para trabalhar. Ao todo são 72 funcionários e apenas uma perua para levá-los aos mais diversos locais de atendimento e fiscalização. A prova de como a precária situação vem prejudicando o serviço rotineiro é a casa de número 10 da praça Barão de Aquiras, continuação da rua Toriba, na Água Rasa.

O tutor saiu do imóvel há cerca de três meses, segundo a vizinhança, mas deixou o cachorro Hércules para trás. Desde então, o animal – que por conta da situação já está bastante nervoso – sobrevive com a comida que os vizinhos conseguem atirar no quintal. Não faltam denúncias de que a Zoonoses foi acionada por diversas vezes, mas ninguém viu os agentes no local. Além do cão em situação de abandono, o quintal abriga lixo e uma banheira com água acumulada – outro motivo que deveria motivar a visita da Prefeitura.

Fotos: ALE VIANNA
Fotos: ALE VIANNA

“Nós ligamos na Prefeitura e ouvimos que estão com problemas de estrutura, que não há como mandar alguém agora. Quem sofre é o coitado do cachorro, que fica vivendo no meio da sujeira e come o que jogam para ele. O dono da casa, que antes vinha lhe dar ração, parou de fazer isso há quase um mês. O pior é que, como o animal está bravo por conta do abandono, ninguém consegue entrar para soltá-lo”, relata uma vizinha que preferiu não se identificar.

Com a chegada do verão, os moradores ressaltam o perigo da residência abandonada. “O problema é que além do coitado do cachorro, o tutor do animal deixou o imóvel cheio de lixo e entulho. No corredor tem uma banheira de bebê largada que, com a chuva, ficou cheia de água. Temos muito medo de que esta casa vire um criadouro de mosquitos da dengue”, comenta outro vizinho. “Já relatei esta situação para Zoonoses há quase um mês e é um absurdo ninguém dar atenção, nem por causa do cachorro, nem por causa do risco para nossa saúde”, completa outra vizinha.

Fotos: ALE VIANNA
Fotos: ALE VIANNA

A funcionária de um escritório localizado ao lado da residência em estado de abandono confirma que nas últimas semanas o tutor do cão não voltou para alimentá-lo. “Antes era uma mulher que morava na casa. Só que ela foi morar longe e deixou o irmão no local. Há cerca de uns três meses ele também foi embora; durante um tempo ainda vinha dar comida para o cachorro, mas agora nem isso faz mais”, completa.

Segundo informações dos agentes, os problemas na Zoonoses da Mooca prosseguem. Muitos funcionários ficam o dia todo na sede do órgão, pois não têm como se locomover aos pontos de atendimento apenas com uma Kombi. Na ocasião em que a reportagem foi ao local, no último dia 2, outra perua, como logotipos do Corpo de Bombeiros, apareceu para auxiliar no transporte, mas, segundo os agentes, o veículo só auxiliou o atendimento naquele dia. A Zoonoses é o órgão responsável pelo combate à dengue.

Após ser indagada sobre a situação do imóvel, a Subprefeitura da Mooca informou na tarde de ontem que a Vigilância Sanitária foi até a residência no início desta semana (dia 7) e constatou que o cão “estava parcialmente abandonado e mal cuidado, porém não foi maltratado e nem estava doente”.

Ainda segundo a nota encaminhada à redação, o proprietário do imóvel foi contactado e se comprometeu a manter o espaço limpo e o animal bem alimentado e cuidado, até que possa ser levado para a nova moradia da tutora, no interior do estado.

Por fim, foi garantido que “a Vigilância Sanitária e a Subprefeitura da Mooca continuarão acompanhando o caso para constatar ou não o cumprimento do que foi estabelecido”. Não foi explicado por que os apelos dos moradores do entorno não foram atendidos antes de eles precisarem acionar a imprensa.

Fonte: Folha

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