Em apenas 10 meses, mais de 14 mil animais foram apreendidos em Minas Gerais. As espécies protegidas por lei eram mantidas em cativeiro transportadas por traficantes. Muitos animais acabam mutilados e não podem voltar à natureza.

Em um único fim de semana, a Polícia do Meio Ambiente apreendeu 33 pássaros. Dois estavam mortos. Um dos que sobreviveram terá sequelas irreversíveis. “O pássaro teve uma parte da asa amputada, o que impossibilita a inserção de várias penas. Ele terá que ficar em cativeiro o resto da vida. Nunca mais vai poder voar”, disse o veterinário do Ibama, Daniel Vilela.

Os animais resgatados são encaminhados para o Centro de Triagem do Ibama, onde recebem os cuidados da equipe de veterinários e biólogos. Os bichos passam por um período de adaptação ao meio ambiente e depois voltam ao habitat. “A taxa de mortalidade é baixa e a de retorno à natureza está acima de 70%. Mas, se continuar assim, vamos precisar de novas estruturas e instalações”, afirma o veterinário.

Os dados da Polícia do Meio Ambiente mostram que o número de animais silvestres apreendidos no estado triplicou entre 2005 e 2008. Até outubro deste ano, foram 14,5 mil animais resgatados. Segundo a polícia, o que pode ter influenciado no aumento do número de apreensões é o reforço na fiscalização e o crescente número de denúncias.

O tráfico de animais é crime e pode dar até um ano de cadeia, além de multa que varia de R$ 500 a R$ 7,5 mil. A punição vale para quem vende, compra ou mantém os bichos em cativeiro. Quem cria uma espécie silvestre pode entregar o animal em uma agência do Ibama, ou em um posto da polícia de meio ambiente, para ficar livre de punições.

“Todo esse processo não justifica se as pessoas continuarem comprando animais silvestres, favorecendo a retirada de animais da natureza”, afirma Vilela.

Fonte: ExpressoMT