EnglishEspañolPortuguês

Cadela ferida e sem um dos olhos é encontrada amarrada em bambuzal em Florianópolis (SC)

2 de dezembro de 2009
3 min. de leitura
A-
A+

Amarrada em um bambuzal no Morro do Quilombo, em Florianópolis (SC), a bull terrier de seis meses agonizava. Sem um dos olhos e com ferimentos por todo o corpo, também sangrava. Quando o veterinário Jamil Corrêia Júnior da Silva, da Coordenadoria do Bem Estar Animal, chamou a cadelinha, ela encontrou forças para ficar em pé e balançar o rabinho. Queria viver. Ali começava sua salvação.

Apesar das poucas chances de sobreviver, foi levada à Coordenadoria, no Bairro Itacorubi, ainda na quinta-feira (26). A eutanásia foi descartada. “Ela ainda tinha um corte na cabeça, provavelmente por causa de uma pancada ou facada. Foi amarrada ali para morrer. Tiramos mais ou menos 200 parasitas dela. Vai demorar cerca de duas semanas para ela se recuperar e ganhar peso”, conta Jamil.

A diretora Maria da Graça costuma ver diversos maus-tratos com os animais. Mesmo assim, ficou indignada. Ela já morou em sete países, mas diz nunca ter visto tantos maus tratos como em Florianópolis.

Já atendeu a cachorros queimados e baleados. No mesmo dia que a bull terrier era atendida, foi surpreendida por outra atrocidade: uma cadela havia sido estuprada.

Em homenagem ao veterinário Jamil, a cadelinha ganhou o nome de Jamile. “Eu me sinto honrado. Agora precisamos da população. Alguém precisa adotá-la. Apesar de ter um problema no olho, ela tem muita vida pela frente”, diz Jamil.

Assista ao vídeo com a veterinária contando a história da Jamile.

Imagem: Diário Catarinense/Blog dos Mascotes
Imagem: Diário Catarinense/Blog dos Mascotes

Autor vai responder na Justiça

O autor dos maus-tratos da cadela Jamile já foi encontrado. Nesta terça-feira (01), ele deu um depoimento na Delegacia da Agronômica e vai responder na Justiça. Como é réu primário, deve prestar serviços comunitários ou pagar cestas básicas. A audiência está marcada para o dia 7, no Fórum do Norte da Ilha.

O nome do criminoso não foi divulgado, mas ele mora no Morro do Quilombo, mesmo local onde a cadela foi encontrada. No depoimento, alegou ter recebido R$ 5 de uma mulher para abandonar a bull terrier. Como ele não sabia o nome da mulher nem onde ela morava, a polícia suspeita de que a versão é mentirosa.

A pena para o crime, estipulada na Lei de Crimes Ambientais, prevê detenção de três meses a um ano. Como, na maioria dos casos, os autores dos crimes são réus primários, a punição é revertida em serviços comunitários ou no pagamento de cestas básicas. É o caso do morador do Morro do Quilombo.

“Em três anos, vi mais de 200 casos na justiça. Só vi um homem ser preso por sete meses, mas ele não era réu primário”, conta a diretora a diretora da Coordenadoria do Bem Estar Animal, Maria da Graça Dutra.

Fonte: Blog dos Mascotes e Diário Catarinense

Você viu?

Ir para o topo