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Centro de Silves recebe dois últimos linces-ibéricos

1 de dezembro de 2009
3 min. de leitura
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Fotot: Luís Forra-Lusa
Foto: Luís Forra-Lusa

O Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico de Silves recebeu hoje os dois últimos exemplares de uma série de 16 e vai agora passar a “concentrar-se na cópula e na reprodução sem que haja baixas”, disse o diretor.

A última transferência de animais contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. Os responsáveis pelo processo encaminharam-se depois para um dos 16 cercados preparados para acolher os animais e libertaram os dois linces, já com a noite instalada e sem muita luz que permitisse acompanhar a operação a distância, indicada pelos técnicos como a melhor forma para não provocar distúrbios nos animais.

“O processo de transferência correu bem. Não tivemos problemas com nenhum bicho, os únicos problemas foram alguns que não entraram na jaula quando nós queríamos, mas isso faz parte da natureza selvagem deles. E vamos ter na data que tínhamos planejado os 16 animais no centro. O transporte correu bastante bem”, garantiu Rodrigo Serra, diretor do centro e um dos dois veterinários que integram a equipe de nove pessoas que trata dos linces.

Serra assegurou ainda que a adaptação dos 14 animais que já se encontravam no centro e que começaram a chegar em outubro corre bem, uma vez que “todos fazem o que os técnicos e tratadores precisam que eles façam, que é comer e ter comportamentos que são naturais desta espécie”.

“Eles não só se adaptaram à dieta que lhes damos e aos tratadores que temos, como interagem uns com os outros e até já chamam pelos tratadores. Temos uma paleta de comportamentos bastante boa já”, sublinhou Rodrigo Serra.

O diretor do centro explicou depois como se vai processar a fase seguinte da conservação em cativeiro deste felino, uma das espécies mais ameaçadas de extinção no mundo.

O projeto, que agora completa a sua primeira fase, visa à futura reintrodução dos animais na natureza.

“Vamos prepará-los para a época de reprodução propriamente dita e vamos emparelhar os animais. Vamos fazer com que os quatro casais que temos programados se aproximem cada vez mais, partilhem espaços, possam trocar cheiros e toques, até termos ideia de que as interações são de tal forma positivas que haja poucos riscos em juntá-los sem que se engalfinhem”, explicou o diretor, frisando que o objetivo “é gerir todo o processo de cópulas e reprodução sem que haja baixas por lutas ou pelo que quer que seja”.   

O responsável adiantou que está em causa “cerca de um mês”, porque “a partir do início de janeiro espera-se que algumas fêmeas possam entrar no cio” e as “cópulas são todas em meados de janeiro e princípios de fevereiro”.

Serra explicou ainda que a monitorização dos animais dentro do centro é feita por câmaras, 24 horas por dia, mas acrescentou que “o contributo dos tratadores, que são quem lhes dá comida todos os dias, quem limpa as instalações, quem interage diretamente com cada lince, também acaba por ser muito importante”.

A comida também é preparada de forma a tentar simular a alimentação que os linces teriam em habitat natural, onde grande parte das suas presas são coelhos, mas também animais mortos e aves.

Fonte: DN CIÊNCIA

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