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Entidades salvam animais do abandono em Bauru (SP)

29 de novembro de 2009
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Final de tarde num dia de semana qualquer nos Altos da Cidade, em Bauru (SP). Dentro de um carro, acomodado no colo do motorista, nosso amigo não tem a mínima desconfiança de que a janela entreaberta, permitindo a entrada da brisa refrescante, será a “porta” para dores e marcas a serem carregadas para o resto da vida. O automóvel continua em movimento, até que, próximo ao Bosque da Comunidade, o golpe.

Içado súbita e violentamente para fora, ele apenas sente seu corpo pequeno e frágil girar em volta de si mesmo e, logo ao ganhar certa altura, violentamente é atraído para o chão, por onde os pneus dos carros, com a mesma velocidade com que acabara de ser impiedosamente arremessado, por um triz não estraçalham seus ossos junto ao asfalto quente. A dor é insuportável, e não há como pedir ajuda, tampouco “anotar a placa”.

Ferrugem tem dois anos. O pêlo sedoso e dourado que recobre o saudável e feliz gato não esconde as marcas que, além de estarem na memória do nosso amigo, estão tatuadas na pata direita do bichinho que, em 2007, foi jogado de um carro em movimento e por muito pouco não acabou esmagado por veículos que vinham logo atrás.

Com dois pinos de metal na perna, o simpático e amoroso Ferrugem tem a pata retorcida, quase que invertida totalmente, como seqüela da agressão dolosa que sofreu em frente a um antigo ponto de desova de animais, conforme definem entidades bauruenses que zelam pela sua proteção. “Ele foi arremessado de um carro em movimento e teve a pata direita mutilada. ‘Chorava’ de dor”, recorda Sandra Regina Daniel Ariede, que dirige a ONG SOS Gatinhos.

Uma transeunte resgatou o bichano, que foi entregue aos cuidados da entidade. Hoje, o felino, que teria tudo para ser arredio, tem nos pinos metálicos das pernas o traço único da crueldade a que foi submetido. “Ele nunca deu trabalho”, comenta a diretora da entidade, que, além de Ferrugem, também abriga outras vítimas de maus-tratos.

Atualmente abrigada, mas também à espera de um lar definitivo, a gatinha “Mimi” era razoavelmente feliz na condição de semi-errante (animal de rua, mas alimentado), graças a pessoas caridosas no Centro da cidade. Até que um dia a estupidez falou mais alto. Prenhe, a gata foi esmagada com uma solada nas costas, perdeu a ninhada e, por muito pouco, também não a vida.

Mas não são apenas os bichanos que sofrem nas mãos humanas. O melhor amigo do homem não escapa do açoite. Mesmo quase que restrita a gatos, a entidade também abriga os cães Nil e Leoni, que, se antes exibiam feridas purulentas, abertas e infeccionadas, sem sequer andar, hoje correm e saltam ao lado dos felinos.

Fonte: Jornal da Cidade

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