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Chegada do circo Ringling Bros. a Madri causa protestos

29 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Por Raquel Soldera (da Redação)

As organizações Animal Defenders International (ADI) e AnimaNaturalis, apoiadas pelo grupo de Esquerda Unida, reuniram-se nesta sexta-feira (27) para pedir ao conselho municipal de Madri, na Espanha, que proíba os circos com animais, como foi feito em Barcelona, em várias cidades de Andaluzia e até em países como a Bolívia.

Imagem: AnimaNaturalis
Tom Rider em entrevista. Imagem: AnimaNaturalis

Apesar de em junho deste ano o conselho municipal ter rejeitado esta proposta, os manifestantes voltam a insistir que os circos com animais “vão contra a natureza dos animais”, que são vítimas de maus-tratos, explorados e humilhados, disse a porta-voz da Esquerda Unida, Raquel López.

Além disso, é um tipo de lazer “consumista e antieducativo” para as crianças que assistem ao espetáculo, apontou a partidária de que Madri apoie os circos sem animais, com ênfase mais cultural e criativa, como o Circo de Soleil.

Propriedade da companhia circense dos Estados Unidos Ringling Bros. and Barnum & Bailey, o circo Ringling se instalou no auditório Telefonica Arena, onde se apresentará a partir do dia 6 de dezembro.

Apesar de a companhia Ringling assegurar em sua página da internet que os animais recebem um bom cuidado por parte dos trabalhadores do circo, os defensores dos animais desmentem, com testemunho de um ex-trabalhador da companhia, Tom Rider.

Este americano viajou até a Espanha para denunciar a situação deste circo, que utiliza de 55 a 70 animais dependendo da época do ano e que acumula numerosas denúncias por infringir nos Estados Unidos uma lei de proteção às espécies ameaçadas.

Rider foi testemunha de “como os elefantes sangravam pelo uso de ganchos, de como se domavam os tigres” em circos como Ringling, onde também trabalhou.

Imagem: Ringling
Imagem: Ringling

Agora seu trabalho é contra os circos com animais, e protagoniza o documentário que a Animal Defenders International (ADI) difunde por todo o mundo, onde sua imagem se intercala com animais vítimas de maus-tratos.

Alexandre Cárdenas, responsável pelas campanhas da ADI, apresentou os resultados do estudo “Animais em circos itinerantes: a ciência do sofrimento”, fruto de um trabalho de mais de 10 anos em 12 circos, que contou com a colaboração de trabalhadores infiltrados. Segundo esta investigação, tigres e leões passam entre 75% e 99% de seu tempo aglomerados em jaulas e os cavalos e pôneis ficam 96% de suas vidas amarrados com cordas em seus estábulos e nos reboques que os transportam.

Imagem: Ringling
Imagem: Ringling

Estes estudos apresentam casos concretos de maus-tratos aos animais e alertam sobre os efeitos do transporte e da proximidade forçada dos animais, que aproximam em alguns casos predadores e presas.

Com informações de AnimaNaturalis e EcoDiario

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