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Peixes aparecem mortos no Lago Paranoá, DF

27 de novembro de 2009
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Foto: Raphael Ribeiro
Foto: Raphael Ribeiro

Milhares de peixes estavam mortos, ontem, no Lago Paranoá. A maior concentração estava próximo à Ponte do Bragueto. Técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) coletaram amostras da água para análise, mas o resultado apontando o que realmente provocou a mortandade deve sair somente na próxima semana.

Pescadores que frequentam o Lago ficaram surpresos. “Pesco aqui pelo menos duas vezes na semana e nunca tinha visto tanto peixe morto”, diz Divino Cosme da Silva, 29 anos. A assessoria de imprensa da Caesb informou que a forte chuva que caiu na madrugada pode ter contribuído para o fenômeno. Uma das hipóteses levantadas é que a força da água possa ter levado um volume grande de resíduos provenientes das obras de ampliação da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) ao Córrego do Bananal, que desemboca no Lago Paranoá. A assessoria informou ainda que um desastre ambiental (como um derramamento de óleo ou de algum outro produto tóxico, por exemplo) está praticamente descartado.

É Preciso Exame

Todos os peixes mortos pertencem a espécie lambari, segundo a Caesb. Enquanto a equipe do Jornal de Brasília percorria as margens do Lago, uma equipe de três técnicos da Caesb chegou ao local. Um deles disse que os peixes não morreram por falta de oxigenação da água, pois havia outros peixes menores nadando na mesma área. “Não podemos afirmar nada sem um exame mais detalhado, mas a água do lago não está contaminada, pois outros peixes não foram afetados. Vamos observar tudo para tentar apontar o que realmente causou isso”, disse o profissional, que não quis se identificar.

A professora de ecologia da Universidade de Brasília (UnB), Cláudia Padovesi Fonseca, também acredita que a morte dos peixes deve ter ocorrido por causas naturais. “A força da água da chuva pode provocar isso, ainda mais quando o Lago está mais raso que o normal. A turbidez da água pode fazer com que o peixe fique fora do seu habitat. Além disso, isso pode fazer a temperatura da água mudar, fazendo com que alguns peixes estranhem o ambiente. Tudo isso são suposições, mas dizer o que realmente ocorreu ontem no Lago, só através de uma análise mais criteriosa”, ressaltou a docente.

O sargento aposentado do Exército Carlos Antônio Vilmondes, 45 anos, costuma pescar no Lago Paranoá um pouco antes da Ponte do Bragueto pelo menos três vezes por semana. No lugar onde ele estava não havia sinais de peixes mortos, mas ele confirmou que foram poucos os peixes que caíram na sua rede. “Nem estou sabendo da morte desses peixes do outro lado, mas peguei bem menos do que o de costume. Não sei se é reflexo dessa mortandade ou estou num dia ruim”, disse.

Em dezembro de 2006, um vazamento de CM30, uma mistura de piche e querosene, provocou uma das maiores tragédias ambientais da história do Lago Paranoá. O óleo escorreu da obra de impermeabilização do estacionamento do Supermercado Carrefour, que estava em construção, no final da Asa Norte. À época, a Orca Construtora, empresa encarregada da obra colocou a culpa na chuva forte e à falta de um sistema de captação de águas que suporte uma chuva forte e duradoura.

O incidente foi classificado como crime ambiental pelo Ibama. Além disso, a obra foi embargada e a empresa teve que pagar uma multa de R$ 120 mil por descumprimento de decisão judicial, já que ela já estava impedida por ação civil pública ajuizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Fonte: Jornal de Brasília

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