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Macaca mantida em cativeiro por 14 anos é transferida para zoo, em Portugal, em vez de ir para santuário

25 de novembro de 2009
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Há 14 anos, Carlos (vamos chamá-lo assim) foi passar férias em Moçambique e de lá trouxe companhia: uma macaca bebê que, durante todo esse tempo foi mantida em cativeiro numa casa na Venda do Pinheiro, em Mafra, Portugal. O feito ilegal, e cruel, vai custar a este homem de 54 anos e empresário na área da publicidade uma multa que oscilará entre 20 e 30 mil euros, bem como o desgosto da separação da sua macaca de estimação, que, neste momento, vive no Jardim Zoológico de Lisboa. Mas está infeliz.

Imagem: DN Portugal
Imagem: DN Portugal

Segundo fonte oficial do Jardim Zoológico, “o primata apreendido pela Guarda Nacional Republicana encontra-se de quarentena” e, ao que a reportagem apurou, a mudança de ambiente deixou a macaca, que terá hoje cerca de 15 anos, em estado depressivo.

De acordo com a presidente da Associação Animal, Rita Silva, “é perfeitamente normal que esteja deprimida”. E justifica: “Estamos falando de um ser altamente sociável e, independentemente das más condições em que poderia estar vivendo, desenvolveu laços afetivos com aqueles com quem se relacionou durante anos. Essa era a única vida que a macaca conhecia e, de repente, foi desmoronada”.

Para a Associação Animal, situações como esta têm de ser alteradas sim, mas de forma gradual, de maneira a não prejudicarem o bem-estar das espécies. Rita Silva diz ter sido por esse motivo que a associação, alertada para esta situação de cativeiro há cerca de meio ano, ainda não tomou uma medida drástica. “Antes de fazer o resgate, nós tentamos encontrar um santuário para a macaca”, explicou, adiantando que por santuário entende-se “um local que abriga, para o resto da vida, animais que viviam de forma antinatural e tenta recriar o seu habitat”. Algo que, frisa, não “acontece no jardim zoológico e razão pela qual discordamos da decisão de transferir a macaca para lá”.

Mas foi este o destino decidido pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, após a macaca ter sido retirada do cativeiro. A reportagem tentou contatar esta entidade, mas não foi possível.

Era numa jaula, nas proximidades de casa, que Carlos mantinha a macaca que comprou com apenas um ano. O fim do cativeiro, que durou 14 anos, ocorreu pelas 10h30 de segunda-feira (23), quando o Destacamento Territorial de Mafra da Guarda Nacional Republicana, por meio do seu Núcleo de Proteção Ambiental, localizou a macaca. “Temos feito a recolha de muitas informações, nomeadamente de notícias publicadas, que nos conduziram até este animal”, disse um membro da Guarda Nacional Republicana, apelando às pessoas que conhecerem situações semelhantes a denúncia destas.

A Associação Animal também defende o resgate dos animais, mas nunca da forma “brutal como este foi feito”.

Com informações de Jornal DN

Nota da Redação: A aquisição de animais silvestres estimula o tráfico de animais. Ao se deparar com alguém tentando vender um animal, denuncie, jamais fomente a indústria do tráfico. Este animal, vítima do tráfico internacional de animais, além de ter sua mãe morta para que fosse possível a sua captura, viveu 15 anos em um cativeiro, e agora está enclausurado em um zoológico, onde os animais vivem uma situação triste e degradante, constantemente submetidos a condições de maus-tratos. Zoológicos têm de ser abolidos. A preservação das espécies deve ser garantida pela conservação do habitat natural e pelo combate ao tráfico internacional de animais, e não os prendendo em jaulas que tentam imitar seu ambiente natural. O melhor destino para esta macaca seria um santuário de proteção dos animais, onde poderia conviver com outros animais de sua espécie sem ser escravizada pela cobiça e irresponsabilidade humana.

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