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Prefeitura e Companhia de Esgoto de Barra do Garças agem com descaso à morte de peixes

24 de novembro de 2009
2 min. de leitura
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Uma série de peixes mortos boiando no rio Araguaia, no final de semana passado, despertou a curiosidade de ribeirinhos que acionaram a fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em Barra do Garças (504 km distante de Cuiabá), para que haja uma fiscalização imediata.

Na manhã de segunda, uma equipe de técnicos esteve no rio colhendo amostra dos peixes mortos das espécies bico-de-pato, piau e papa-terra, e da água do rio para detectar a causa da mortandade.

O biólogo da Sema, Marcelo Barbosa, informou que a maior suspeita é de que os peixes estão sendo contaminados por produtos químicos de ligações clandestinas de esgoto junto ao córrego Monjolo, que deságua no córrego Voadeira e consequentemente no rio Araguaia, dentro do perímetro urbano.

A mesma denúncia resultou no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) elaborado pelo Ministério Público de Barra do Garças, que deu um prazo para que a Prefeitura Municipal e a companhia de esgoto (Emasa) identificassem as ligações clandestinas e autuassem os moradores que estão despejando esgoto in natura nos córregos.

“Pelo jeito, não fizeram nada porque a água está esverdeada e os peixes continuam morrendo”, explicou o biólogo Marcelo, que esteve no final do córrego Monjolo, onde termina a canalização e começa o córrego Voadeira.

Foram encontrados mais de 50 exemplares mortos. Os peixes já estavam inchados e exalando mau cheiro. Marcelo explicou que os peixes incham por algum problema nas vísceras, causado pelos reagentes químicos. “Um exemplo é óleo diesel. Quando lavam os carros em lava-jato, por exemplo, o óleo escorre para dentro do córrego”, destacou Marcelo.

A engenheira sanitarista da Sema, Dejane Ribeiro Serrú, acompanhou a vistoria e confirmou que a secretaria vai novamente notificar a prefeitura e a companhia de água para tomarem uma providência com relação às ligações clandestinas de residências, empresas e lava-jatos que caem ao longo da avenida Antônio Joaquim, debaixo de onde passa o córrego Monjolo.

No ano passado, a Sema registrou o mesmo caso, desta vez no córrego Voadeira, ao lado da creche Dom Geraldo, onde centenas de peixes apareceram mortos com indícios de contaminação de um lava-jato que estaria despejando produtos químicos e cal, depois de lavar um caminhão de pintura de meio-fio.

A situação dos peixes boiando despertou a curiosidade de ribeirinhos e pescadores. Até mesmo turistas que passeavam de barco no final de semana viram aquela cena e ficaram perplexos pela quantidade de peixes mortos. “Espero que esse assunto seja apurado porque não podem agredir o meio ambiente assim e não acontecer nada”, comentou um turista indignado que preferiu não ser identificado.

Fonte: Olhar Direto

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