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Chuva leva animais aquáticos para área urbana no RS

24 de novembro de 2009
2 min. de leitura
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Choveu tanto nos últimos dias em Santa Cruz do Sul (RS) que até mesmo animais tipicamente aquáticos estão aparecendo em plena zona urbana do município. Nesta segunda-feira (23), a presença de uma destas espécies assustou uma família do Bairro Goiás. No meio da tarde o bicho apareceu caminhando pela calçada e entrando na casa de número 430 da Rua Tabelião Rudi Neumann.

A princípio, os moradores pensaram que se tratava de um escorpião. “E um escorpião quase do tamanho de uma lagosta”, descreveu a dona de casa Noeli Lima. Na verdade, em seu comparativo ela acabou trocando as espécies, mas quase acertou. O biólogo Andreas Köhler, professor do Curso de Ciências Biológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), diz que se trata de um lagostim-de-água-doce – primo da lagosta e também conhecido popularmente como escorpião-de-água-doce.

Lagostim-de-água-doce. (Imagem: Lula Helfer/Ag. Assmann)
Lagostim-de-água-doce. (Imagem: Lula Helfer/Ag. Assmann)

O animal é um crustáceo do gênero Parastacus, que vive dentro da água ou em buracos fundos escavados em terrenos permanentemente úmidos. E como foi parar quase no centro da cidade? De acordo com o biológo, a espécie é muito comum na região, mas pouco vista. Geralmente, escava a toca na barranca de rios, mas encontra condições para fazê-lo também em qualquer área alagadiça. Até mesmo em um pátio de residência onde haja acúmulo constante de água.

As tocas são buracos redondos, estreitos e fundos, onde os lagostins passam a maior parte de seu tempo. A explicação para o aparecimento na calçada pode estar na chuva. “Quando chove muito, o buraco enche d’água e o animal acaba sendo levado”, explica. Como o volume de precipitação dos últimos dias em Santa Cruz foi alto e constante, o mais provável é que o bicho tenha sido arrastado até a casa. Köhler descarta que tenha viajado pelo esgoto, já que a espécie precisa de água com relativa qualidade para sobreviver.

O professor lembra que não há motivos para temer o animal, que não pica e não tem ferrão. Mas é bom manter as mãos longe de suas pinças, que, como em outros crustáceos, são usadas para proteção contra predadores. O exemplar encontrado nesta segunda-feira é uma fêmea adulta de cerca de dois anos, com sete centímetros de comprimento. Suficiente para assustar quem não está acostumado com sua presença.

Fonte: Gazeta do Sul

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