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Acidentes com animais abandonados em Palhoça (SC) são comuns

24 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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O episódio dos dois cavalos que foram encontrados agonizando no fim de semana em um bairro de Palhoça, na Grande Florianópolis (SC), não aconteceu pela primeira vez. Segundo relato de moradores, são comuns acidentes com animais que vivem perambulando pelas ruas e avenidas próximas à região onde está localizada a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul).

Na comunidade Pedra Branca, por exemplo, há vários terrenos baldios que são usados como local de pastagem por criadores que moram nos arredores. De acordo com dados da Associação de Moradores e Proprietários de Terrenos da Cidade Universitária Pedra Branca (Amo), todos os dias cerca de 30 cavalos são soltos na área. Alguns voltam a ser recolhidos pelos responsáveis no final do dia; outros, velhos ou doentes, são abandonados.

Cavalos soltos perto de ruas é cena comum em bairro de Palhoça. (Imagem: Divulgação AMO)
Cavalos soltos perto de ruas é cena comum em bairro de Palhoça. (Imagem: Divulgação AMO)

“A gente vê cavalos bem sofridos por aqui, mas o maior problema são os cachorros, de várias raças, sofrendo”, diz a moradora Cristiane Braga.

Rodolfo Rogério Hass, secretário executivo da Amo, ressalta os perigos sob o qual vivem diariamente as pessoas que vivem, trabalham ou estudam na região: “Já aconteceram muitos acidentes aqui na Pedra Branca. A própria associação já se reuniu com os carroceiros, pedindo que eles retirassem os cavalos, porque de acordo com a lei a pessoa que não recolher está sujeita à multa e apreensão. Então, diminuiu um pouco a presença de cavalos, mas os cachorros continuam em um número bem elevado”, explica Hass.

A Amo alega ter procurado os órgãos públicos em busca de apoio, mas não teve sucesso. Por isso, busca uma solução própria.

“Apoio nós já buscamos bastante. Queremos agora fazer do nosso jeito, contratar uma pessoa para recolher esses animais e levá-los para um sítio, onde os responsáveis teriam que ir procurá-los. Assim, ele vai arcar com multas e encargos que venham a ter. Já que os órgãos não resolveram, vamos tentar da nossa maneira.

A reportagem procurou saber quem são os responsáveis pelos animais, mas nenhum dos moradores entrevistados soube informar.

Morte lenta

Somente no último fim de semana, dois cavalos foram abandonados em duas ruas paralelas do bairro: um na Pintassilgos e outro em Açucena. Nesta última, o animal foi encontrado por moradores no sábado (21). A veterinária Melania Schmitt, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que foi chamada pela Polícia Militar (PM) para o atendimento da ocorrência, acredita que o animal tinha entre 12 e 13 anos e sofria de uma forte fadiga por excesso de trabalho.

“Talvez, se o problema tivesse sido diagnosticado com antecedência, poderíamos tê-lo salvado”, acredita a veterinária.

O caso ocorrido na rua dos Pintassilgos também foi grave. Acredita-se que o animal de cinco anos tenha sido atropelado na noite de sexta-feira por volta das 21h30min. Ele sofreu fratura exposta e não tinha como ser salvo.

Como estava em um bairro residencial, a prefeitura não pôde fazer o enterro durante a noite. Por isso, o cavalo foi medicado para não sofrer e abatido pela PM no sábado pela manhã. O animal foi enterrado por uma máquina da prefeitura no local, com autorização dos donos do terreno.

Para Melania Schmitt, o atendimento para este tipo de ocorrência pode ser agilizado com a criação de um centro de zoonoses, órgão que ficaria responsável pelo recolhimento e medicação de animais abandonados. A previsão é de que um seja implantado em Palhoça no próximo ano.

Fonte: Diário Catarinense

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