Cerca de 123 pessoas foram presas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Operação Uirapuru, realizada neste sábado (21) para acabar com a prática de eventos que envolviam maus-tratos e abusos contra animais. Os crimes ambientais eram articulados por proprietários de estabelecimentos, que utilizavam até crianças para montar guarda contra a polícia.
O Ibama solicitou, em novembro de 2008, apoio ao Ministério Público Federal para coibir atos de maus-tratos contra animais domésticos, praticados em diversos estabelecimentos clandestinos. O MPF encaminhou a demanda à PRF, para levantamento, planejamento e execução. Com base na Lei 9.605/98, mais precisamente em seu Artigo 32, foram expedidos os mandados pela 17ª Vara Criminal da Capital. Oitenta policiais rodoviários federais, remanescentes das operações Ciclone e Golfo, com uma equipe da Polícia Civil e uma do Ibama executaram a operação.
As brigas de galo eram, além de cruéis, fonte de renda fácil. Quem não participava com os animais, apostava nos vencedores dos embates. Os proprietários arrecadavam com os ingressos, que custavam de R$ 3,00 a R$ 5,00, e ainda com comissões nas lutas.
No bairro do Vergel do Lago, em Maceió, a cena era ainda mais preocupante: crianças foram encontradas no local, presenciando toda a carnificina do evento, e ainda sendo usadas como vigias, para avisar caso a polícia aparecesse. O Conselho Tutelar foi comunicado e compareceu ao local. Também foram encontrados 49 animais silvestres. Houve a apreensão de um revólver calibre 38 e uma espingarda 32.
As aves recolhidas foram encaminhadas ao Ibama e, após exames com um veterinário, deverão ser sacrificadas. Os detidos foram encaminhados às delegacias de plantão da Polícia Civil. Caso condenados, poderão pegar de três meses a um ano de detenção.
Fonte: Alagoas 24 Horas
Nota da Redação: Como se não fosse suficientemente cruel o fato dos galos sofrerem incessantes maus-tratos pelos rinheiros preocupados com a renda proveniente dos duelos a que são submetidos e treinados os animais, eles ainda serão mortos pelo Ibama por razões injustificáveis. Um péssimo exemplo e mais uma prova de que órgãos responsáveis por defender e preservar a fauna não cumprem nem minimamente com o que deveriam fazer pela vida.