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Desavença entre vizinhos resulta em maus-tratos a bois em Bauru (SP)

21 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Cerca de 18 bois vêm sofrendo maus-tratos nos últimos dois anos em razão de uma suposta desavença entre proprietários de sítios vizinhos, no bairro Gabiroba, situado às margens da rodovia Marechal Rondon, em Bauru (SP). O último ataque, conforme registrado em boletim de ocorrência no Plantão da Polícia Civil, teria ocorrido na madrugada de quinta-feira (19), quando dois bois foram feridos.

Um dos animais teve o chifre cortado e outro foi ferido na perna por arma de pressão munida de chumbinho. De acordo com o responsável pelos bois, Roberto Mathias Lorico, 35 anos, a ação criminosa vem ocorrendo sistematicamente contra os animais.

Ao todo, cerca de 18 dos 24 touros e bois já sofreram maus-tratos. Entre as atrocidades, além de terem chifres serrados, os animais também tiveram rabos e orelhas cortados, além de apresentarem ferimentos em diversas partes do corpo, inclusive nos testículos.

A suspeita é de que um carvoeiro que vive próximo ao sítio esteja agindo em represália por Lorico não ter permitido que ele efetuasse cortes ilegais de árvores para produzir carvão, e que caçasse capivaras, prática também considerada crime ambiental. Este mesmo vizinho também teria pressionado Lorico a vender o sítio a uma terceira pessoa, que há alguns anos insiste em comprar a propriedade.

“Ele machucou meus animais, derrubou telhas de um barracão e chegou a tentar pôr fogo na sede da propriedade e em uma tulha de café. Eles querem me colocar para fora de lá a qualquer custo”, comenta ele. Em razão dos ataques, Lorico conta que precisou contratar funcionários para vigiar o sítio à noite.

A partir de então, segundo o proprietário, os crimes começaram a ocorrer com maior freqüência nas áreas do sítio onde não há postes de energia elétrica. “Eles fizeram queimadas, invadiram o sítio e continuam machucando meus animais. Tanto eu quanto o guarda vimos os ataques e sabemos quem são as pessoas que estão sendo pagas para que façam essa barbaridade”, denuncia.

Ao todo, ele mostrou à reportagem mais de 20 boletins de ocorrência registrados durante os últimos dois anos. Os crimes vão desde destruição de patrimônio privado, maus-tratos contra animais e até ameaças de morte.

Embora a pressão seja constante, Lorico afirma que não irá abandonar a propriedade em nome de seu pai, um ex-escrivão de polícia que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no ano de 2000. “Até esse ano, era ele quem cuidava do sítio. Na época, eu fazia faculdade e tive que parar tudo porque meu pai ficou muito debilitado. Então, agora não tenho mais como deixar tudo para trás e desistir de lá”, frisa.

De acordo com a Lei 9.605/98, dos Crimes Ambientais, maus-tratos contra animais domésticos, nativos ou exóticos caracterizam crime e podem render pena de detenção de três meses a um ano e multa. A reportagem tentou localizar o delegado que registrou a última ocorrência de maus-tratos contra os animais do sítio, para questionar se a pessoa apontada por Lorico como autor do delito será intimada a depor, mas não conseguiu encontrá-lo.

Com informações do Jornal da Cidade de Bauru

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