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ONG de defesa animal Gato Negro fala sobre o Dia Vegano em entrevista

19 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Viva e deixe viver

Entrevista com o grupo mineiro que busca o combate ao especismo

por Glauce Lucas

Oficinas de culinaria do Dia do Vegano (Foto:divulgação)
Oficinas de culinaria do Dia do Vegano (Foto:divulgação)

“Viva e deixe viver” foi a frase de divulgação do Dia Vegano 2009, que aconteceu no último sábado, dia 14 de novembro, na Faculdade Arnaldo. A programação do evento, que aconteceu em dois ambientes, incluiu palestras, oficinas, debates e demonstrações culinárias. Desde 2006 o coletivo Gato Negro organiza o evento (que acontece em BH desde 2005).

Com o objetivo de levar às leitoras da Chá Verde e do Mundo Ela sempre mais informações sobre quem está fazendo diferença na busca por um mundo melhor, foi feita uma pequena entrevista com Koji Pereira e Fabiane Niemeyer, do Gato Negro.

Chá Verde: Gostaria de apresentar o Gato Negro para as pessoas: quando surgiu? Quais os principais objetivos do grupo? Como funciona o coletivo (organização, membros, quem pode participar)?

Gato Negro: O Gato Negro surgiu como grupo de direitos animais em maio de 2006. Antes disso era um grupo que organizava um espaço no centro da cidade, uma espécie de infoshop. Nosso foco é o combate ao especismo em todas as suas formas, apoiando a ecologia social e o veganismo em todos seus aspectos, mas com ênfase em ética. Nos organizamos de forma horizontal e autogestionária. Somos uma entidade não hierárquica, que promove a participação direta de todos os organizadores. Buscando maximizar nossa independência, não aceitamos doações de empresas e governos, apenas a colaboração de associados(as) (pessoas físicas). Qualquer pessoa interessada pode participar das reuniões de colaboradores. Mas a organização em especial é composta 100% por pessoas veganas. Fazemos questão disso, pois o veganismo é a prática dos direitos animais, sem ele não faz sentido.

CV: Qual o principal objetivo de um evento como esse?

GN: Tem dois objetivos claros. O primeiro é divulgar o veganismo para pessoas que já têm algum interesse ou estão em processo de mudança. O outro objetivo é aproximar veganos para troca de informações, receitas, ideias etc.

CV: Quais foram os destaques do último Dia Vegano?

GN: As oficinas de culinária foram um grande destaque. Dessa vez separamos duas salas, uma onde acontecia as oficinas e outra onde aconteciam as palestras. Tivemos um público de cerca de 200 pessoas divididas nestas duas salas. É um ótimo público, já que o evento é bem direcionado e com conteúdo bem específico.

CV: Na opinião do grupo, vocês acreditam que o veganismo faz parte de um grupo de ações para um mundo melhor? Por quê? Vi que houve uma palestra (ou debate) que separava o veganismo do ambientalismo no evento, quais foram os principais aspectos apontados para essa separação?

GN: Nós acreditamos que o veganismo faz parte de um movimento contestatório, principalmente daquele voltado para mudanças de hábitos. O ambientalismo se aproxima muito do veganismo neste ponto. O palestrante que questionou o ambientalismo foi o Dennis Zagha. O ambientalismo caiu em algumas armadilhas que o veganismo não pode repetir, como, por exemplo, se tornar um discurso morno, abrindo mão da radicalidade em prol do enquadramento social no mainstream. O veganismo precisa estar no mainstream, mas sem se amornar, no nosso caso, basta dizer que veganismo é não utilizar produtos de origem animal e evitar produtos testados, então a possibilidade de distorção é bem menor.

CV: Obrigada pelas informações e que o Dia Vegano tenha vida longa e atraia cada vez mais pessoas. Alguma outra informação ou mensagem?

GN: Agradecemos mais uma vez a oportunidade que você nos dá. E, mais que isso, o seu trabalho como jornalista divulgando o veganismo. Quanto mais pessoas veganas e ajudando a divulgar o veganismo, menos animais serão usados e transformados em objetos.

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