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Voluntários passeiam com cães vítimas de maus-tratos em SC

17 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Dezenas de voluntários estão trocando a praia do final semana para dedicar uma tarde inteira aos cães de rua vítimas de maus-tratos recolhidos pela prefeitura municipal de Florianópolis (SC). O projeto Cão Terapia já existe há dois anos e se transformou numa referência no País.

Coordenado por uma ONG local, o projeto reúne várias pessoas que levam os animais para passear nas dependências do canil municipal, localizado na região central da cidade. O passeio é realizado em todos os sábados em que não ocorre chuva. A alegria pode ser vista estampada não somente entre os cãezinhos, mas também entre as pessoas que levam pacotes de ração, biscoitos e brinquedos.

Cão abandonado recebe afago de voluntária (Foto: Terra)
Cão abandonado recebe afago de voluntária (Foto: Terra)

Crianças, idosos e famílias inteiras participam do projeto e muitos dos cachorros começam a latir e chorar desde a chegada dos primeiros voluntários. A barulheira pode ser ouvida do outro lado da rua. “Acho que eles sabem que é dia de passeio”, diz a voluntária Raquel Matias da Silveira.

O Cão Terapia tem uma série de regras e o objetivo é estimular a adoção dos animais vítimas de maus-tratos, de acordo com Ana Lúcia Martendal, uma das coordenadoras da ONG Oba Floripa. Entre as regras, está a utilização de bandanas coloridas junto às coleiras que indicam se o cachorro deve passear afastado dos demais animais. “O objetivo é passar uma tarde com esses cães, que já sofreram muito e foram recolhidos pela prefeitura”, afirma. “Em muitos casos a adoção está demorando e aí a gente tenta dar um pouco de alegria a eles passeando e brincando toda a tarde”.

A iniciativa da ONG também tem funcionado para que as pessoas convivam com os cães antes de decidir pela adoção. É o que a própria entidade chama de “adoção responsável”. É também o que ocorreu com Mabel, uma cadela recolhida ainda filhote nas ruas e que permanecia há três anos no canil. “Estou frequentando o projeto há um mês e decidi levar comigo um casal. Escolhi os dois que estão há mais tempo no canil pois os veteranos têm privilégios”, diz Denise Floriano. “Tenho sobrinhas que adoram cães e vou levá-los para passear numa chácara”.

Entre os voluntários que chegam ao canil, até mesmo quem não pode passear com os cachorros na coleira consegue brincar com alguns. Raquel Matias conta que problemas de artrite não permitem que ela passeie com os cães maiores. A opção foi passar a tarde revezando com pequenos filhotes no colo. “Venho só para cuidar dos pequenininhos. Adoro estar aqui”, conta. “Molho ração e deixo eles no meu colo aqui no sol. Eles ficam tão agradecidos”.

A coordenadora do projeto ainda revela que vários dos 90 cães que vivem no local estão ali desde que eram filhotes. A tentativa dos voluntários é arrumar um lar para estes animais o quanto antes. “Cadelinhas como a África e a Pimenta praticamente passaram toda a vida por aqui. Estamos batalhando para tentar arrumar um lar para elas antes do Natal”, afirma Ana Lúcia.

Fonte: Terra

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