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Cientistas fotografam peixe raro a 7,6 mil metros de profundidade

13 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Cientistas que trabalham na costa da Nova Zelândia conseguiram fotografar peixes que habitam regiões profundas do oceano, 7.560 metros abaixo da superfície. É a primeira vez que se veem peixes vivos em tamanha profundidade no hemisfério sul.

As criaturas, de aparência estranha e coloração rosada, foram fotografadas quando nadavam na Fossa de Kermadec, uma vala situada no fundo do mar perto da costa neozelandesa. A equipe de pesquisadores vinha estudando a área com uma sonda submarina construída para suportar grande pressão.

No ano passado, a mesma equipe registrou a presença de peixes a 7.700 metros – a maior profundidade em que peixes foram filmados até hoje, segundo a equipe. Os animais haviam sido encontrados na Fossa do Japão, no Oceano Pacífico, ao norte do Equador.

Aparência semelhante

As duas expedições integram o projeto Hadeep, que tenta expandir o conhecimento sobre a vida nas fossas oceânicas, as regiões mais profundas do mar.

Os peixes encontrados no mar profundo perto da Nova Zelândia têm aparência muito semelhante à daqueles encontrados no ano passado: de cor rosa pálida, com corpos arredondados e caudas longas – mas trata-se, na verdade, de espécies diferentes. Os habitantes da Fossa Kermadec são de uma espécie conhecida como Notoliparis kermadecensis, enquanto os da Fossa do Japão são da espécie Pseudoliparis amblystomopsis.

O pesquisador Monty Priede, diretor do Oceanlab, da University of Aberdeen, na Escócia, responsável pelo projeto Hadeep, disse: “O que nos intriga é que cada uma das fossas parece ter sido colonizada por esses peixes, apesar de estarem em hemisférios diferentes. Presumimos que evoluíram a partir de ancestrais semelhantes que habitavam regiões mais rasas. Essas espécies nunca são encontradas fora das fossas – são regiões muito isoladas. Você pode imaginar as fossas como se fossem ilhas.

Os peixes foram fotografados com o uso de um mini-submarino acoplado com uma câmera, conectado a um barco e controlado a partir da superfície. Mas diferentemente de 2008, neste ano a equipe de cientistas não conseguiu filmar os peixes, apenas fotografou, porque o submarino principal, que levava o equipamento de vídeo, foi perdido durante a operação. Alan Jamieson, da empresa Oceanlab, que coordena o projeto, disse que ficou “devastado” com a perda do equipamento, avaliado em 150 mil libras (cerca de R$ 430 mil).

Sem consenso

O debate sobre quais seriam as espécies de peixes a viver nas maiores profundidades do oceano divide especialistas.

Em 1960, os pesquisadores Jacques Piccard e Don Walsh baixaram a 10.910 metros na Fossa das Marianas, o ponto mais profundo dos oceanos.

Em seu livro Seven Miles Down, Piccard disse ter visto um tipo de peixe. Mas especialistas dizem que a 10 mil metros de profundidade, a pressão faria com que as janelas se curvassem, tornando difícil a visão do lado externo.

O recorde oficial do peixe encontrado à maior profundidade é do Abyssobrotula galatheae, localizado no fundo da Fossa de Porto Rico, em 1970, a uma profundidade de mais de 8.370 metros. Os pesquisadores tentaram retirar o peixe para estudá-lo, mas ele morreu antes de chegar à superfície.

A descoberta da equipe da Oceanlab tem o recorde para o peixe de maior profundidade estudado vivo. O pesquisador Monty Priede disse esperar que mais peixes possam ser eventualmente vistos a profundidades ainda mais altas.

Fonte: G1

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