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Quatis recebem atenção especial de moradores de Águas de São Pedro (SP)

12 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Um animal simpático, que mais parece um bicho de pelúcia, vem recebendo atenção especial de moradores de Águas de São Pedro (SP). São os quatis, que lotam o bosque ao final da avenida principal da cidade e gostam de pão como ninguém. Ontem de manhã (11), a Gazeta de Piracicaba acompanhou Caio Nascimento, 30, que há 15 anos alimenta os animais.

Quando os bichinhos ouvem o ronco do motor do carro dele, ficam enlouquecidos e cercam o veículo. São mais de 50 de uma única vez. Nascimento desce e é carinhosamente recepcionado por alguns quatis que sobem em suas costas e até se penduram no saco de pão. Querem logo a comida. Isso, segundo o tratador, quando não entram no carro e fazem a maior bagunça.

A comilança parece não ter fim. Os únicos ruídos que se ouvem são a mastigação e o canto de pássaros. Mesmo tendo o alimento de sobra, os quatis brigam entre si e chegam a rolar no chão, porque um quer roubar o pão do outro. Há ainda os ‘egoístas’, que pegam o alimento e sobem na árvore, para poderem saboreá-lo sem ter de dividir.

Um deles subiu num galho com mais de três metros de altura, segurando um pão enorme na boca. Com muita dificuldade chegou ao esconderijo, mas o pão caiu. Ele desceu e pegou outro. Para Nascimento, ser querido pelos bichos é algo que não tem explicação. “Me sinto realizado”, declarou. Ele consegue os pães com duas padarias, uma de Piracicaba e outra de Águas de Pedro.

O turista carioca e escritor Ricardo Duarte, 58, disse que nunca tinha visto um quati antes. “Nem mesmo na televisão. são lindos”, comentou enquanto fotografava o ‘café da manhã’ deles.

O comerciante Cristiano Prévide disse que o correto é algum órgão ambiental avaliar a situação e ver o que fazer com os animais. “Se ninguém tratar, o bicho morre.”

A dona de casa Valquiria Gonçalves costuma dar frutas todos os dias aos quatis, no terreno defronte sua casa, no Jardim Poranga. Para proteger a comida do sol ou chuva o marido dela, Silas Gonçalves, construiu uma casinha de alvenaria no mato. “Gosto tanto de tratá-los que fico olhando da janela até eles aparecerem”, ressaltou.

A veterinária Carla Marcussi, do Zoológico de Piracicaba, diz que o pão pode fermentar o estômago dos quatis e causar doenças. “Os bichos deveriam caçar o alimento deles. Os quatis, geralmente, comem frutas, ratos, ovos de pássaros, entre outros. Se as pessoas tratam, a população aumenta indiscriminadamente”.

O secretário de Meio Ambiente de Águas de São Pedro, Adilson de Toledo Souza, ressalta que está estudando a situação, para ter um embasamento na hora de tomar uma posição. “Acho o lado filantrópico (dar pão) interessante, mas teremos que resolver o problema. No Senac, por exemplo, não dá para se fazer um evento ao ar livre porque, é só arrumar a mesa com pães, doces e frutas, que os quatis aparecem e roubam. Não queremos briga com quem trata, mas temos de resolver a questão”.

Fonte: Gazeta de Piracicaba

Nota da Redação: Os moradores de Águas de São Pedro devem ser orientados a não alimentar os quatis com pão ou qualquer outro alimento que não faça parte da dieta desses animais. Quanto à decisão a ser tomada pela Secretaria do Meio Ambiente do município, esperamos que seja baseada na proteção do bem-estar desses animais, visto que os seres humanos já invadiram demasiadamente o seu habitat natural.

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