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Porcos em miniatura estão sendo explorados por pessoas interessadas em comercializar vidas

12 de novembro de 2009
3 min. de leitura
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Por Karina Ramos (da Redação)

No mês passado, o Telegraph divulgou uma nota sobre os novos “animais da moda”: os miniporcos. Semana passada, foi amplamente divulgada que a adesão das celebridades a essa nova modinha deu um impulso na popularidade desses animais. A ex-Spice Girl Victoria Beckham deu dois miniporcos de presente de Natal para seu marido, o jogador de futebol David Beckham.

Para qualquer uma das pessoas envolvidas na causa animal, esses novos modismos envolvendo animais só trazem mais aflição. Não dá para negar a graciosidade desses animais, mas a lógica de mantê-los como animais de estimação é difícil de engolir.

Reprodução: The Telegraph
Reprodução: The Telegraph

A equipe por trás do excelente website Science: (So What? So Everything) pôs Peter Wedderburn, do Telegraph, em contato com Kirsty Bayley, diretora do grupo de porcos do Instituto de Saúde Animal, que deu algumas dicas sobre a verdade por trás dos miniporcos. Se você estiver considerando a hipótese de tutelar um miniporco, leia antes as considerações de Kirsty.

Como surgem os miniporcos: Miniporcos são um produto do cruzamento de animais de criação selecionados entre o Miniature Pot Bellied e o Gloucester Old Spot. Isso significa que eles são criados geração após geração, selecionando-se o menor deles de cada vez, até que consigam versões menores do original. Esse processo pode até envolver o acasalamento entre parentes muito próximos, que geralmente causa problemas aos animais. À medida que os porcos se tornam menores, eles têm menos chances de gerar e alimentar filhotes, então a fertilidade desses animais diminui. Além disso, como resultado do acasalamento entre parentes próximos, aumentam os casos de deformações genéticas.

Os interessados em adotar devem lembrar que um porco é para a vida inteira. Ele precisa de tanto cuidado e tempo como um cachorro. Também dão trabalho para cuidar. Esses animais têm sua origem em uma floresta que tem muito espaço para que possam caminhar à vontade e farejar. Eles precisam de muitos brinquedos e precisam da companhia de outro porco. Isso tornaria a adoção de um animal desses mais difícil e dispendiosa.

O que acontece com um porco negligenciado? No Instituto de Saúde Animal, os especialistas observaram sinais de comportamento negativo (algo parecido com depressão) em porcos que não foram estimulados pelo ambiente ou que não foram criados na companhia de outros porcos. Assim como os animais de zoológico, eles podem apresentar movimentos repetitivos e letargia quando não estimulados.

Assim como os humanos, porcos são incrivelmente sensíveis e inteligentes. De fato, o porco é o quarto animal mais inteligente do mundo. Eles correm muito. São animais muito limpos e mantêm seus banheiros afastados de seus locais de alimentação e de lazer. Até os filhotes com apenas algumas horas de vida sairão do berço se precisarem defecar ou urinar.

O que falta agora? Uma minivaca? Teoricamente, versões em miniatura de qualquer mamífero vivente são possíveis. Então, miniaturas de vacas, cordeiros e até elefantes podem surgir em um futuro próximo. Entretanto, há características particulares nos porcos, como o período curto de gestação (cerca de 4 meses) e seus numerosos filhotes, que, infelizmente, os tornam ideais para a seleção.

Porcos têm seu próprio espaço no mundo e é óbvio que a vida ideal para eles é a vida livre e contente nos campos e bosques, livres de qualquer forma de exploração. Então, por favor, não faça parte dessa crueldade e dessa modinha fútil.

Com informações do The Telegraph

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