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Ministério Público denuncia caçadores presos pela Polícia Federal no mês passado

3 de novembro de 2009
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O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia à Justiça contra cinco caçadores presos no último dia 8 na Operação Nariz de Pedra. Os denunciados integravam uma quadrilha que cometia caça predatória e ilegal na Reserva Biológica do Tinguá, em Nova Iguaçu (RJ). Eles abasteciam traficantes de animais e restaurantes de carnes exóticas especializados em espécies silvestres e colocavam em risco a vida de frequentadores da reserva. Isso porque a arma mais usada pelo
grupo eram os “trabucos”, armadilhas detonantes, acionadas por uma linha de náilon posta na trilha dos animais.

A denúncia, proposta pelo procurador da República Renato de Freitas Machado, acusa Paulo Roberto Ferreira, Orlandino dos Santos Nascimento e os irmãos Rogério, Roberto e Rubens Xavier por crimes como formação de quadrilha, caça ilegal de animais silvestres e porte ilegal de armas. A denúncia baseia-se em interceptações telefônicas das quadrilhas autorizadas pela Justiça. O processo tramita na 4ª Vara Federal de São João de Meriti (nº 2009.5110.006036- 6).

“A ação desse grupo de caçadores é incrivelmente predatória, por caçar especificamente mamíferos em extinção no Estado do Rio de Janeiro e por estar transformando a reserva em verdadeiro campo minado, podendo vitimar as equipes de fiscalização ou até mesmo pessoas que não tenham conhecimento de que é proibida a entrada no local”, disse o procurador da República Renato de Freitas Machado.

A Operação Nariz de Pedra é um desdobramento da Operação Oxóssi, deflagrada em março deste ano para cumprir 102 mandados de prisão e 140 de busca e apreensão em nove estados e mandados de prisão contra cidadãos de Portugal, Suíça e Republica Tcheca. O grupo tinha um lucro estimado em cerca de R$ 20 milhões, consequência de meio milhão de aves e mamíferos capturados em unidades de conservação no Rio e em outros estados brasileiros.

Os acusados foram identificados a partir da Feira de Caxias, realizada aos domingos, os agentes descobriram uma rede de caçadores e atravessadores formada por homens e mulheres espalhados por oito estados brasileiros, com ramificações na República Tcheca, na Suíça e em Portugal. Até filhotes de onças-pintadas eram negociados.

Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão, no Rio (na capital e em cidades como Angra dos Reis e Paraty), no Pará, no Rio Grande do Sul, em São Paulo, Minas Gerais, na Bahia, em Sergipe e no Maranhão. Para a Interpol, foram enviados mandados de prisão para cinco estrangeiros, moradores da República Tcheca (três), da Suíça (um) e de Portugal (um). Batizada de Oxóssi (orixá da caça), a
operação foi considerada pela PF a maior do gênero já realizada no país. Cerca de 450 policiais foram mobilizados.

Fonte: O Globo

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