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Veganismo, uma escolha de quem combate a exploração animal

2 de novembro de 2009
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Neste domingo foi comemorado o Dia Mundial Vegano, um estilo de vida adotado por quem defende o fim de qualquer tipo de uso de animais da parte dos humanos. O veganismo vai além da dieta vegetariana e seus adeptos boicotam quaisquer produtos que tenham sido testados em cobaias de laboratório, marcas que patrocinem eventos que representem qualquer abuso contra animais e até tecidos que tenham origem animal, com couro, lã e seda.

Um sabonete, por exemplo, pode render uma boa dor de cabeça para ser encontrado, já que a maioria tem gordura animal como base. Aprender a ler rótulos de todos os produtos industrializados e descobrir se determinado ingrediente tem origem animal é rotina para essa tribo, bem como entrar em contato com o setor de atendimento aos clientes de empresas para obter informações detalhadas sobre determinado componente das fórmulas de produtos de limpeza e cosméticos.

Vivência – Renata Octavini, 31 anos, deixou a carreira de advogada tributária para defender a causa animal. Hoje, ela vive da encomendas de pratos veganos e consultoria para restaurantes interessados em ter esse tipo de opção no cardápio. A mudança começou em 2003, quando ela recebeu um texto relatando o que acontecia em abatedouros. A princípio, ela aderiu ao ovolactovegetarianismo (consumindo ovos, leites e derivados e nenhum tipo de carne) e desde o ano passado é vegana. “Já estava insatisfeita com minha profissão e queria fazer outras coisas. Foi tudo pelos animais. Cuido bastante da saúde, mas se a pessoa adota o veganismo por isso acaba sendo flexível com alguns conceitos e abre exceções toda hora”, diz.

Ela acredita que a transição é o momento mais delicado, pois as opções para consumo começam a ficar escassas. Isso sem contar a dificuldade para explicar a motivação de tantas perguntas sobre a composição dos produtos. Ao comprar um batom, produto que costuma ter cera de abelha na fórmula, Renata percebeu que a vendedora pensou que ela sofria de alguma alergia.

A ativista Nina Rosa, 65, fundadora de um instituto que leva seu nome, nota uma crescente preocupação com a ética no tratamento de animais. “Depois do vídeo ‘A Carne é Fraca tivemos um retorno forte para a causa”, afirma. Recebemos muitos depoimentos de gente que mudou seus hábitos”. Ela ainda lembra da preocupação do mercado em agradar à essa parcela da população, fazendo referências a marcas que oferecem pratos congelados para esse publico ou, no caso de produtos de higiene e beleza, informam na embalagem que a empresa não testa seus produtos em animais. Nina faz uma relação entre o fim do uso de animais com a escravidão humana: “Na época da escravatura, também se achava normal explorar os negros. A mesma coisa se repete agora que falamos de libertação animal”.

Há seis meses o auxiliar de escritório Antônio Nascimento Neto, 22, reformulou toda a sua vida para adotar o veganismo. Ele teve contato com esse estilo de vida através de músicas de bandas hardcore, que versavam sobre vegetarianismo. Aos poucos, foi pesquisando na internet e depois passou uma fase como ovolactovegetariano. Um ano depois, depois de ler o livro “Seja vegano”, mudou de vez, convicto de que era o melhor caminho para ajudar os animais, meio ambiente e a saúde. “No começo era difícil, quando sentia cheiro de churrasco ficava com vontade, mas hoje me sinto até mal com esse cheiro”, diz. Neto deixou de consumir até mesmo cerveja, bebida que adorava, por causa do veganismo. “As marcas brasileiras patrocinam rodeios, então deixei de lado. Vou a festas e me divirto tanto quanto antes”.

Fonte: GuarulhosWeb

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