Por Carol Keppler (da Redação)
As celebrações em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, atraem cerca de 10 mil fiéis ao Santuário de Aparecidinha no dia da Padroeira (12 de outubro). Alguns dos devotos preferem antecipar as homenagens à santa e visitam o santuário antes da data.
Mas a justificativa religiosa mais uma vez encobre os maus-tratos a animais, explorados em trabalhos forçados. “Muladeiros”, de uma estância que comercializa jumentos e muares, seguem em comitiva e realizam uma viagem de 44 quilômetros montados em mulas consideradas apenas fonte de lucro e objetos de transporte. A viagem de Votorantim a Aparecidinha leva seis horas e é realizada para cumprir promessas dos participantes.
Os homens recebem lanches e bebidas ao longo da viagem que já é realizada há oito anos. Segundo os exploradores, o cansaço não faz com que se sintam sacrificados com a viagem porque consideram prazeroso fazer as orações ao chegar ao destino – e talvez porque não sejam os reais sacrificados por essa comitiva.
Absolutamente desconsideradas, as mulas carregam o peso dos homens – e mulheres que os acompanham para servi-los – sob sol ou chuva, sem poder escolher quando devem parar para descansar, beber água ou comer. Os animais acabam pagando uma penitência injustificável e os verdadeiros responsáveis pela escolha são reverenciados por uma promessa que deveria ser “paga” a pé.
Com Informações do Jornal Cruzeiro do Sul