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Caçadores comercializam chifres de rinocerontes na Ásia

9 de outubro de 2009
2 min. de leitura
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Por Karina Ramos (da Redação)

Uma combinação de uma antiga crença chinesa e uma moderna especulação financeira ajudam a explicar por que os rinocerontes estão sendo submetidos a mais um sofrimento imposto pelos caçadores.

Na medicina tradicional chinesa, o chifre do rinoceronte é apreciado como um ingrediente-chave na An Gong Niu Huang Wan, considerada uma das três principais tônicas restauradoras. Raspado ou moído para virar pó, o chifre é dissolvido em água fervente e usado para tratar febre, reumatismo e gota.

O governo chinês baniu o comércio de chifres de rinoceronte em 1993, ao mesmo tempo que impôs uma proibição similar na venda de partes corporais de tigres. Desde a proibição, infelizmente o chifre do búfalo da água tem sido usado como substituto, mas não tem sido considerado eficaz.

Imagem: Reprodução/The Guardian
Imagem: Reprodução/The Guardian

Na internet, as vendas do chifre de rinoceronte continuam, com base no An Gong Niu Huang Wan, que alega que o produto é feito com os chifres que foram estocados antes da proibição.

Os compradores chineses e vietnamitas preferem os chifres dos rinocerontes asiáticos, que custam de três a seis vezes mais do que os de rinocerontes africanos. Mas a caça e a perda de habitat significam que restaram poucos rinocerontes na Ásia, o que pode ter levado os comerciantes a procurar por animais na África.

Em maio, um oficial da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) visitou o sudeste da Ásia para fazer um apelo às autoridades para que financiem vigilância extra na luta contra o contrabando de chifres de rinoceronte.

“Os vietnamitas estão movendo o comércio de chifres de rinoceronte para a África. Isso é algo que ainda não tínhamos visto”, relatou um conservacionista na Ásia, que pediu para continuar anônimo. “Há estocagem. Os coletores parecem estar se agarrando aos chifres como se fossem ouro e esperando que o valor aumente”.

Uma quantificação da extensão do problema torna-se complicada por causa da tendência dos contrabandistas de misturar o chifre do rinoceronte com as presas dos elefantes. Acredita-se que um grande carregamento de marfim confiscado em Bangcoc no último mês incluía chifres de rinoceronte.

Enquanto a maioria dos produtos de rinoceronte é feita na China e no Vietnã, esses produtos também têm um alto valor no Iêmen, Omã e outros países do Oriente Médio, onde adagas feitas desse tipo de material são esculpidas.

Fonte:  The Guardian

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