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Pinguins manchados com óleo são encontrados em praia do RS

27 de outubro de 2009
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Enquanto 13 pinguins-de-magalhães retornavam ao mar, outros cinco faziam o caminho inverso. No mesmo dia em que as aves foram soltas, na última quarta-feira (21), novos exemplares apareceram na praia do Cassino, em Rio Grande (RS). Todos negros, tingidos de óleo.

Dos cinco pinguins recolhidos pelo Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), um chegou debilitado e morreu. Já os outros quatro recebem os carinhos da equipe do Cram. É o tratamento para recuperar as aves afetadas pela intervenção do homem.

Aves serão devolvidas ao mar em março de 2010 (Foto: Eduardo Beleske )
Aves serão devolvidas ao mar em março de 2010 (Foto: Eduardo Beleske )

Os quatro pacientes estão completamente negros. Parecem resultar de um cruzamento entre pinguim e corvo. Culpa do óleo solto por embarcações em alto-mar. Ao seguirem o caminho das migrações, as aves se sujam, desalinham a plumagem (que funciona como isolante térmico), sentem frio, saem da água e param de comer. Se não forem recuperadas, morrerão.

Os novos inquilinos do Cram foram encontrados por equipes da Furg, responsáveis pelo monitoramento da costa no litoral sul.

“A vigilância é constante, em especial nessa época do ano, quando os animais descem de volta à Patagônia”, explica o veterinário Rodolfo Silva, o Neneco, que continua: “Os pinguins não deveriam aparecer logo após a liberação de um grupo, mas o mar é grande e infelizmente os animais são vítimas do óleo. Nosso trabalho não cessa”.

Para limpar os quatro pinguins é necessário um banho com água quente e detergente neutro. Mas, antes, os animais devem ser “estabilizados”, ou seja, precisam recuperar o peso e a vitalidade. A ducha deve acontecer na próxima semana. Já o retorno ao mar, somente em março de 2010, quando os irmãos iniciarem a migração rumo ao norte.

Pinguim vai e volta no dia seguinte

Durou um dia a aventura de um dos 13 pinguins liberados na semana passada, no Cassino. Solta na última quarta-feira, a ave voltou à terra na quinta, trazendo a anilha metálica 0298 na nadadeira esquerda, prova de que já esteve no Cram, em Rio Grande.

“Ele é um exemplar juvenil, com até um ano de idade. Como está na primeira migração, é normal voltar. Além disso, ele tem um defeito genético no bico, o que dificulta na hora de se alimentar — explica o veterinário Rodolfo Silva, do Cram.

O pinguim 0298 só deve ser liberado em março do ano que vem.

Fonte: O Pioneiro

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