A destruição descontrolada das florestas de mangues por parte da população, sobretudo residente ao longo da faixa costeira de Angola, está colocando em risco a sobrevivência de várias espécies de animais aquáticos e marinhos.
 
O diretor nacional do Ambiente, Vladimir Russo, disse hoje, quarta-feira (21), à Angop, que a população está extraindo e utilizando sobretudo as raízes de mangues para ações de construção de residências, uma situação que o preocupa.
 
“A situação atual dos mangues é de destruição, mas estamos a estudar políticas para mitigação, proteção e conservação dos mangues, sobretudo ao longo da zona costeira no âmbito da estratégia nacional de proteção da biodiversidade”, realçou Vladimir Russo.
 
Os mangues, recordou, são áreas de desova de peixes, caranguejo e protegem a costa angolana contra erosão marinha e sua estabilidade, sendo, desta feita, espécies sensíveis que devem merecer cuidados específicos.
 
Disse ainda serem importantes no enriquecimento da costa em nutrientes, na zona de alimentação, reprodução e abrigo de peixes e crustáceos, bem como uma variedade de aves, servindo ainda de suporte a diversas comunidades de micro e macro flora e fauna terrestre e aquática.
 
Para Vladimir Russo, a disposição de material de construção civil a preços acessíveis à população poderia ser uma das vias para conter a destruição dos mangues e outros recursos naturais alternativos.
 
O Ministério do Ambiente implementou recentemente o projeto piloto de protecção dos mangues do rio Tchilohango (Cabinda), cujos resultados servirão de base para a definição de outras acções que já estão previstas para o princípio de 2010.
 
Por outro lado, quadros desse setor estão a seguir o estudo que está a ser feito no sistema lagunar e na área das palmerinhas da Ilha do Mussulo, por estudantes universitários da faculdade de ciências, onde a destruição de mangues também é um fato.
 
As comunidades de mangues em Angola encontram-se expostas em áreas inundadas junto à foz dos rios Chiloango, Zaire, Loge, Kwanza e ao longo da costa do litoral.

Fonte: Angola Press