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Governo de Rondônia protege tartarugas e tracajás

14 de outubro de 2009
3 min. de leitura
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Nunca se falou tanto em preservação ambiental como nos últimos tempos. E não poderia ser diferente em razão do número de espécies, tanto vegetal como animal, ameaçadas de extinção devido à exploração e à caça.

Em Rondônia, o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Agricultura, vem fazendo um trabalho precursor para evitar que tartarugas e tracajás passem a integrar a lista de animais extintos.

O Projeto Quelônios da Amazônia (PQA), iniciado em 1976, já salvou milhares de quelônios que vivem no rio Guaporé ao longo destas três décadas. Agora, as tartarugas e tracajás estão na fase final da postura dos ovos, etapa que está sendo acompanhada de perto pelas equipes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), pelas comunidades ribeirinha, indígena e quilombola e pela Associação Comunitária de Guias de Turismo Ecológico, Motoristas Fluviais e Conservadores do Rio Guaporé e Seus Afluentes (Ecomeg).

O trabalho de proteção compreende pelo menos 15 praias ao longo do rio Guaporé, locais onde acontecem as desovas. Pelo menos 10 pessoas entre integrantes das comunidades ribeirinha e quilombola, além de indígenas da Reserva Rio Branco das etnias Makurap, Sakarabiá e Wajaru, trabalham na identificação e marcação das covas onde os ovos são depositados. Na última semana as equipes da Seagri e do Ibama estiveram em Rolim de Moura do Guaporé (Porto Rolim), distrito de Alta Floresta do Oeste, para monitorar esse trabalho.

Desova

O primeiro passo das equipes é localizar os pontos de postura. “As pegadas na areia e a areia mexida são sinais de que ali é um possível local de desova”, disse Maria de Fátima Gomes e Souza Soares, médica veterinária da Seagri. Ela também informou que os locais onde os ovos são depositados variam de espécie para espécie. “As tartarugas, por exemplo, que perfuram um buraco de até 70 cm, preferem a areia mais grossa. Por causa da temperatura alta (a areia grossa retém menos água, o que favorece um ambiente mais quente) os ovos eclodem mais rápido que os dos tracajás, em aproximadamente 60 dias”, comentou a veterinária. Já os tracajás, que perfuram um buraco de 20 a 30 cm para depositar seus ovos, preferem a areia mais fina, ou até mesmo barrancos e áreas com vegetação. “Fatores que predispõem a uma umidade maior e propiciam uma eclosão mais demorada: a incubação leva em média 70 dias”, enfatizou Maria de Fátima. Ela disse ainda que o número de filhotes dos quelônios também difere muito. Cada tartaruga põe entre 100 e 110 ovos, enquanto os tracajás desovam uma média de 18.

Marcação

Após localizar as covas, as equipes identificam a espécie (tartaruga ou tracajá) e a data da desova. Em seguida, o local é demarcado com piquetes de madeira. A partir daí o trabalho é de espera pela eclosão dos filhotes. Enquanto isso, o trabalho de fiscalização de ações referentes ao PQA continua até dezembro, período que corresponde ao prazo final de nascimento dos quelônios. “O projeto já conseguiu aumentar de forma considerável a população de quelônios na região, além de repovoar áreas onde as tartarugas já não existiam. Por isto, a importância de cumprir todas estas etapas que visam preservar as tartarugas e tracajás da Amazônia”, completou a veterinária da Seagri.

Fonte: O Nortão

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