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Obstáculo criado por protetores defende fauna das redes de pesca em Búzios

13 de outubro de 2009
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Nas praias de Búzios, no Rio Grande do Norte, a fauna e a flora marinhas vêm sendo ameaçadas pela ação das redes de pesca. As embarcações e suas redes de arrasto passam a menos de 200 metros da costa, peneirando o fundo do mar, levando corais, peixes e a vegetação marinha.

Com a intenção de criar uma área de proteção e respeito à natureza, foram desenvolvidas, por um grupo de amigos da cidade, estruturas pré-fabricadas que, levadas ao mar, servem como obstáculos para as redes.

Recifes Artificiais
Foto: Piratas da Armação

Essas estruturas vêm sendo colocadas em uma área específica desde 1992, dificultando a atividade ilegal dos arrastões. Atualmente esses recifes artificiais estão envolvidos por corais naturais em perfeita sintonia com a natureza, cumprindo sua função de proteção e repletos de tocas que servem de abrigo para peixes e outros animais marinhos.

História

Em 1988 , o fundador Pedro Alcântara foi convidado a fazer um mergulho nas costas marítimas de Búzios e ficou fascinado com os recifes. Ao final do mergulho expressou admiração pela beleza dos corais ali existentes e teve com resposta que no passado era realmente lindo, mas que, devido aos barcos de arrastão e vandalismo dos turistas que levam os corais como lembranças, o fundo do mar estava destruído e os peixes já não eram tantos. Outra vez, convidou uma amiga para fazer o mesmo mergulho e teve a mesma resposta: “Já foi lindo”.

Decidido a  fazer algo, juntou amigos preocupados com as condições dos recifes naturais e ali criaram o grupo que depois viria a ser denominado “Piratas da Armação”.

Construíram vários pequenos módulos de concreto com vasos de cerâmicas e telhas, com a finalidade de servir como obstáculo dos arrastões, além de habitat de lagostas e polvos. A experiência foi válida por um período, mas os módulos não apresentavam realmente lastro suficiente para impedir as redes de arrastão. Começaram a refazer os módulos de concreto, desta vez unidos uns aos outros para obter fixação e peso, mas notaram que mesmo assim a força de tração da rede era suficiente para destruir e remover os recifes artificiais.

Observando o funcionamento das redes de arrasto, concluíram que era preciso desenvolver peças não retentivas, para que os cabos e as redes dos arrastões não se fixassem nos recifes artificiais. A fórmula encontrada foi elaborar as peças em forma piramidal com base quadrangular ou pentagonal.

Atualmente esses recifes artificiais estão envolvidos por corais naturais e em perfeita sintonia com a natureza, cumprindo a sua função de proteção na reconstituição da flora e da fauna marinhas.

Foto: Piratas da Armação
Foto: Piratas da Armação

Produção

Com a preocupação de evitar o emprego de materiais poluentes, foram utilizadas estruturas pré-fabricadas de concreto e telhas, utilizando um cimento apropriado, por apresentar alta resistência e qualidade ambiental (pH compatível com o do ambiente marinho).

Para se formar a estrutura dos corais artificiais, foi preciso desenvolver uma tecnologia própria em que são utilizados telha, arame e vergalhão de ferro, cobertos por cimento e com uso de plástico como isolante no momento da construção. O módulo apresenta aberturas de vários tamanhos, facilitando a fixação na areia e tornando-se um excelente abrigo para os peixes, além de facilitar a adesão da flora marinha.

Com informações de Waves/Terra

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