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Muitos alunos ainda são forçados a dissecar animais em aulas nos EUA

7 de outubro de 2009
3 min. de leitura
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Por Marcela Couto (da Redação)

Apesar de a maioria das crianças estar tranquilamente em sua rotina escolar, há uma lição de casa para os pais fazerem. A missão? Descobrir se a crueldade está infiltrada na grade curricular.

Infelizmente as abomináveis dissecações de animais ainda estão presentes nos planos de aula dos EUA.

sapo
Imagem: Getty Images

No ensino médio, muitos alunos são forçados por seus professores a cortar sapos intactos, fetos de porcos e outros animais. Apenas 15 estados norte-americanos já assinaram leis ou regulamentações que permitem aos estudantes escolherem se querem ou não participar da dissecação. Mas, mesmo nos estados em que existe a escolha, os alunos que optam por não participar da aula sanguinária são ridicularizados por outros alunos e até por professores. Um aluno da oitava série de New Jersey que disse “não” à dissecação recebeu ordens de seu professor para carregar um sapo morto por todo o colégio, como forma de humilhação.

Os educadores normalmente ignoram ou não têm acesso ao abundante acervo de documentos que provam a superioridade dos métodos que não usam cadáveres de animais. Por esse motivo os alunos são ensinados a ver a dissecação como método vital para o sucesso do ensino em biologia, e quem pode questionar algo assim com 12 anos de idade?

Os estudantes não sabem que mais de 10 milhões de animais são mortos para que seus corpos sejam abertos em salas de aula todos os anos. Alguns são arrancados da natureza, outros vêm de criadouros especializados em criar animais para experimentos.

Os investigadores do PETA documentaram secretamente uma empresa de suprimentos biológicos e descobriram casos em que animais eram removidos de uma câmara de gás e recebiam injeções de formol antes mesmo de se checar se estavam vivos. O vídeo gravado mostra cenas de ratos e gatos se debatendo ao receberem as injeções letais. Um coelho que saiu vivo da câmara de gás tentou fugir no meio de milhares de coelhos mortos, e os funcionários se divertiam com a cena.

Por motivos éticos e educacionais, cortar corpos de animais mortos não é a melhor maneira de ensinar ciência moderna aos estudantes. Estudos comparativos mostram que as ferramentas de estudo que utilizam softwares para ensinar dissecação, anatomia e processos biológicos são melhores que o corte de animais.

Os educadores precisam se atualizar nas áreas emergentes da pesquisa médica e científica, para que entendam que explorar animais não é apenas antiético mas também antiquado. Os pais que se preocuparem podem entrar em ação também, solicitando que o colégio do filho acabe com as dissecações ou ao menos ofereça aos estudantes a liberdade de escolha. Nos nossos tempos, ensinar ciência moderna com corpos de animais seria como ensinar matemática com um ábaco.

Com informações de Los Angeles Times

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