Por Vitor Marinho (da Redação)

Este é um caso de boas intenções com final trágico. Pelo menos 10 cães apreendidos em uma residência, na semana passada, tiveram que ser sacrificados devido à parvovirose. Outros três foram transferidos para grupos de resgate e 13 remanescentes serão monitorados durante 10 dias até serem considerados prontos para adoção.

Responsáveis do Controle Animal, juntamente com a polícia, apreenderam os cães na residência de uma mulher que tentava administrar um centro de adoção no próprio quintal, em Bournemouth Lace, no estado da Carolina do Norte (EUA). O abrigo improvisado chamou a atenção da equipe depois que um vizinho apresentou uma queixa contra cães soltos.

A polícia diz que a socorrista de animais Shelly Spicer tem promovido a adoção de cães há anos, mas acha que ela pode ter ficado sobrecarregada. Segundo Chris Clayton, porta-voz da polícia, foi simplesmente o caso de alguém tentando fazer o bem, mas com mais cães do que os recursos lhe permitiam.

“Salvar vidas de animais não é barato”, salientou um socorrista. “As pessoas sabem que você está tentando ajudar a salvar animais de rua e talvez alguém o chame em um caso de abuso, e quando isto acontece, é difícil dizer não”, declarou Jodi Jackson, ex-membro de um grupo de resgate de animais. “É tão difícil dar meia volta quando você vê ou ouve uma cadela sem abrigo na rua com seus filhotes. E é fácil ficar sobrecarregada. Mesmo com as melhores intenções e bons recursos, acaba ficando muito caro com alimentos e cuidados médicos.”

Inicialmente, os cães de Shelly Spicer pareciam em boas condições e foram transportados para o Centro de Controle Animal e Adoção do condado de Wake, entretanto, mais testes constataram parvovirose, que é uma doença altamente contagiosa. Cães adultos podem ser portadores de parvovirose  sem apresentar sinais clínicos, o que indica que Spicer não sabia necessariamente que eles estavam contaminados. Especialistas dizem que leva de 7 a 10 dias a partir do momento da exposição para que cães e filhotes comecem a demonstrar sintomas e testar positivo para o vírus.

Sem intenso tratamento veterinário, as vítimas de parvovirose canina geralmente morrem por desidratação. O tratamento, que é muitas vezes dispendioso, consiste em fluidos intravenosos e antibióticos. O vírus pode permanecer infeccioso por muitos meses em solo contaminado com matéria fecal. Algumas autoridades estimam cinco meses, enquanto outras falam em nove meses ou mais. A maioria dos desinfetantes não consegue matar o vírus. Lixívia de cloro é supostamente o produto mais eficaz e é comumente usada por médicos veterinários.

As autoridades não pretendem iniciar processo contra Spicer.

Fonte: The Apex Herald