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Cão amarrado a um fusca é arrastado pelas ruas de Santa Cruz do Sul no RS

28 de setembro de 2009
4 min. de leitura
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(da Redação)

Um cachorro sem raça definida de pequeno porte, com peso de aproximadamente três quilos, foi amarrado ao para-choque de um Fusca e arrastado por pelo menos duas quadras, neste domingo (27), em Santa Cruz do Sul (RS). O motoboy de 27 anos que dirigia o carro foi identificado pela Brigada Militar e negou ter puxado o cachorro. O animal foi socorrido pela Vigilância Sanitária e está no Canil Municipal recebendo tratamento. Ele está com vários ferimentos e precisará de cuidados por pelo menos duas semanas.

Quem testemunhou o ato de crueldade, ocorrido no Bairro Esmeralda, ficou perplexo. Uma moradora contou que viu o Fusca azul puxando o cachorro pela rua e que tentou avisar o motorista fazendo sinais, mas ele não parou. “Foi um horror”, resumiu a aposentada que pediu para não ter o nome divulgado. A policial militar Lindamir dos Santos Carneiro também viu o bicho ser arrastado pelo carro na Rua Taquara e parou o motorista na esquina com a Rua Condor.

A PM estava com o marido e três crianças em um carro quando se deparou com a cena, por volta das 10 horas. “O cachorro estava amarrado ao para-choque do Fusca com uma corda. Foi arrastado de um lado para o outro até alcançarmos o carro e fazer o motorista parar”, relatou ela, indignada. A policial deu voz de prisão ao condutor do Fusca, que negou ter atado o animal no carro e reagiu. O marido dela precisou ajudar a segurar o acusado, que ao cair no chão acabou sofrendo escoriações nas costas. O motoboy foi levado para atendimento no Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz, foi identificado pela BM e liberado. O Fusca foi recolhido do local por parentes do motorista.

O cachorro ficou caído na rua e os moradores acionaram a Vigilância Sanitária. O veterinário Paulo Rutkowsky esteve no local e removeu o animal para o Canil da Prefeitura, onde recebeu atendimento. “Tivemos que sedar o cachorro para dar os primeiros socorros. Ele está muito assustado”, contou o veterinário. Segundo ele, o vira-lata teve parte da pele arrancada. “As quatro patas e o tórax estão muito esfolados, já as costas e a cabeça não. Isso é sinal de que, ao ser arrastado, ele tentou ficar de pé na rua, mas não conseguiu”, disse.

Rutkowsky avalia que, diante dos ferimentos, o animal precisará de cuidados especiais por um período de aproximadamente duas semanas. “Ele vai se recuperar, é um animal novo. Mas vai levar alguns dias”, avaliou. O veterinário espera que o tutor do animal se apresente hoje na Vigilância Sanitária. O motorista acusado de ter arrastado o cachorro por pelo menos duas quadras no Bairro Esmeralda deverá responder a um termo circunstanciado por maus-tratos a animais.

Cadela Preta

Há quatro anos um caso semelhante gerou grande comoção em Pelotas. A cadela Preta foi amarrada a um carro e arrastada por várias ruas da cidade. A comunidade chegou inclusive a fazer passeatas para protestar contra o ato de crueldade, que virou notícia nacional. Três jovens foram responsabilizados e prestaram serviços à comunidade. Em julho do ano passado a morte do cãozinho Tobi, no Bairro Cohab, em Santa Cruz, também gerou comoção. Ele foi morto na rua, pelo próprio tutor, aos olhos de crianças da vizinhança, quatro dias após ter ficado 11 horas preso em um bueiro. Em novembro o acusado aceitou a proposta de transação penal feita pelo Ministério Público e passou a prestar 60 horas de serviços comunitários.

Outro caso no RS

Em 16 de outubro de 2008, um cachorro foi amarrado a um carro e arrastado por cerca de 100 metros, em Santa Maria (RS). O crime foi cometido por um idoso de 78 anos, que afirmou preliminarmente à polícia que não teve a intenção de matar o cachorro. Quando os policiais militares chegaram ao local, na quinta-feira, encontraram o idoso com a corda usada para amarrar o cachorro nas mãos e o cão caído ao lado dele.

Ainda segundo a polícia, um representante comercial, que passava pelo local, evitou que o motorista continuasse a andar com o carro.

O animal foi atendido pela veterinária Marlene Nascimento, que recebeu inúmeros telefonemas de pessoas interessadas em adotar o cachorro. “Ele sofreu escoriações no peito, na cabeça, nas patas e deve ter alta em duas semanas.

Cão arrastado por motocicleta

Sangrando nas quatro patas, com graves escoriações e ofegante pelo cansaço, um cachorro mestiço com a raça akita, de cerca de um ano, foi salvo  de um enforcamento. O cão era arrastado por um motoqueiro, pelas ruas do Bairro Costeira do Pirajubaé, em Florianópolis (SC).

Voluntárias que atuam com organizações de defesa dos animais flagraram o crime e levaram o cachorro para uma clínica veterinária, no Bairro Santa Mônica, onde foi sedado e teve as patas enfaixadas.

Segundo o relato de uma das voluntárias que resgatou o cão da moto, o motoqueiro foi parado após várias insistências. Quando foi questionado sobre os motivos da crueldade, ele largou o animal e fugiu com sua moto. Antes, porém, houve tempo de anotar a placa do veículo. O motorista aparenta ter cerca de 40 anos e já teria sido visto outras vezes provocando maus-tratos contra o cachorro.

*Com informações da Gazeta do Sul

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