Três pessoas foram autuadas na tarde de ontem (23) por manter pássaros silvestres em cativeiro no Setor Carolina Park, em Goiânia (GO). O açougueiro Gilmar José Delfino, 38, foi denunciado por vizinhos que informaram à polícia, por e-mail, uma possível comercialização de aves na casa de Gilmar. Ao averiguar a denúncia, agentes do Ibama e da Polícia Civil, encontraram dois pássaros-pretos e um sabiá, em um grande viveiro construído nos fundos da casa. Ao todo, 25 animais já foram apreendidos nos últimos dois dias.
O caminhoneiro Gladson Milton Rodrigues do Prado, 46, vizinho de Gilmar, mantinha quatro curiós (que variam de R$ 5 a R$ 80 mil cada) em gaiolas e um papagaio na casa onde morava. Já a dona de casa Nilza Batista de Morais, 37, também mantinha em cativeiro outros três pássaros-pretos. De acordo com o delegado, os três foram autuados por manter animais silvestres em cativeiro e liberados em seguida.
Dentre os animais apreendidos, dois eram especiais para os respectivos donos. O papagaio Louro, criado por Gladson há 15 anos, e a jovem Sabiá, que se tornou o bichinho de estimação da família de Gilmar, há 17 anos. Segundo Gladson, a ave caiu no quintal de sua casa com a cabeça machucada, e ele cuidou do animal. “Eu não tinha a intenção de ficar com ela, apenas cuidei, mas ela não foi embora. Se tornou parte da família”, disse .
O caminhoneiro Gladson, não pôde esconder a intimidade com o papagaio Louro, que durante toda a reportagem falava desgovernadamente. O delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema), reconhece o valor sentimental dos animais para seus criadores, mas ressalta que os animais silvestres não podem ser mantidos presos.
Em depoimento, dois dos criadores negaram a prática de comercialização dos pássaros, mas afirmam criar os animais há mais de 10 anos. Para o delegado não há dúvida de que os autuados comercializavam os bichos. “Se eles tivessem apenas com bichos de estimação, o papagaio e o sabiá, não seriam autuados, mas havia outros pássaros”, explica o delegado.
Fonte: Jornal Hoje Notícia