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Mafioso italiano utilizava crocodilo para intimidar empresários

23 de setembro de 2009
2 min. de leitura
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Um chefe da Camorra (máfia italiana) utilizava um crocodilo para intimidar empresários e fazê-los pagar a contribuição exigida por seu clã na cidade de Orta di Atella, na província de Caserta, na Itália – anunciou hoje a Direção Investigativa Antimáfia da Itália (DIA). 

O animal – que era explorado e obrigado a fazer com que os comerciantes pagassem o pizzo (contribuição obrigatória exigida pela máfia) ou a atender às demandas de mafiosos – foi descoberto na casa de Antonio Cristofaro no último dia 18, quando a DIA entrou na residência para procurar armas.

Além do crocodilo, os agentes encontraram um completo sistema de vigilância em vídeo e um colete à prova de balas, normalmente usado por Cristofaro.

O crocodilo encontrado ficava no terraço do último piso da casa, localizado em um condomínio. Após a descoberta, foi feita uma denúncia por guarda ilegal de animais e maus-tratos.

Polícia italiana apreendeu um crocodilo que era usado por um mafioso de Nápoles. (Foto: Reprodução/Napoli la Repubblica/G1)
Polícia italiana apreendeu um crocodilo que era usado por um mafioso de Nápoles. (Foto: Reprodução/Napoli la Repubblica/G1)

A divulgação da descoberta recebeu duras críticas de entidades de proteção dos animais. A LAV (Liga Antivivissecção), organização que há dez anos mantém o Observatório Zoomafia e estuda a exploração criminosa dos animais, afirmou que não são poucos os episódios que ligam animais raros ou exóticos a homens da máfia.

Há algum tempo, policiais descobriram que o chefe da máfia de Puglia, Eugenio Palermiti, se trancou em uma gaiola e agrediu um pit bull com as mãos para demonstrar sua força.

Para a LAV, a utilização do animal para extorsão é “aparentemente paradoxal, está inserida em um contexto cultural e criminal no qual os animais, como as pessoas, são meros instrumentos para a afirmação dos interesses do clã”.

Em 2008, o número de casos descobertos envolvendo o uso de animais para intimidar duplicou na comparação com 2007.

A LAV lembrou ainda que o tráfico de animais exóticos tem crescido e movimenta 500 milhões de euros por ano. Já a venda de exemplares embalsamados e o tráfico de animais para a alimentação humana movem cerca de 5 milhões de euros.

Com informações do Ansa Latina

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