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Onça atropelada na Rodovia Anhanguera (SP) se recupera, antes de retornar à natureza

20 de setembro de 2009
2 min. de leitura
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A onça-parda atropelada na Rodovia Anhanguera se tornou a principal atração da ONG Mata Ciliar, em Jundiaí. O felino, que é macho e tem pouco mais de um ano, ganhou até nome. O animal agora se chama Anhanguera, mesmo nome da rodovia onde se acidentou. A ONG recebe, diariamente, cerca de cinco bichos feridos por atropelamentos, choques elétricos ou maus-tratos.

“Com o crescimento dos condomínios, os animais estão perdendo o rumo de casa”, diz Cristina Harumi Adania, veterinária da ONG.

O felino ainda se recupera de uma cirurgia para reconstituição do canino, fraturado no acidente. Enquanto isso, os veterinários se desdobram para cuidar dos animais atendidos pela ONG, que possui uma população de cerca de 200 bichos.

“A onça faz parte do nosso cotidiano”, diz a veterinária Cristina Harumi Adania.

Antes de retornar à natureza, num local que ainda não foi definido pela ONG, o animal receberá um colar de localização, que possui GPS e será adquirido pela Autoban, concessionária responsável pela rodovia onde ocorreu o acidente. O equipamento será comprado nos Estados Unidos e deve chegar em duas semanas.

O atropelamento da onça, que parou o trânsito no trecho de Louveira, a 73 km da capital paulista, chamou a atenção para o problema da aproximação de animais silvestres em áreas residenciais, causada, na verdade, pela invasão de habitat pelo ser humano, que avança com suas construções pela natureza.

Só neste ano, a Mata Ciliar registrou cinco aparições. Em abril, recebeu uma denúncia da aparição do felino numa área residencial na região de Sorocaba. Em maio, houve uma captura dentro de um condomínio em Paulínia. Na metade de julho, um catador de papelão de Jundiaí foi surpreendido pela presença do animal, que teria dormido no quintal da sua residência.

No mês passado, moradores da área rural de Louveira denunciaram ataques de dois felinos em galinheiros. Integrantes da ONG só viram as pegadas dos animais e carcaças de veados, mas as onças não foram encontradas. Na primeira denúncia registrada pela ONG no ano, ocorrida no fim de março, a história foi diferente. O felino, resgatado numa casa em construção, em Vinhedo, foi solto na reserva florestal de Jundiaí.

Mas a presença de animais silvestres não se limita aos felinos. A ONG também cuida de macacos, aves, veados, capivaras e gambás. Mas há casos isolados, como da jiboia que sofreu desvio na coluna ao ser atropelada, há três anos. A cobra não pode retornar à natureza, porque não poderia mais caçar, e passou a ser mantida em cativeiro.

Mas o registro mais inusitado ocorreu há cerca de cinco anos, quando uma família entregou para a Mata Ciliar um pinguim com hipotermia. A ave estava soterrada pela areia de uma praia no litoral sul quando foi encontrada. Carismático, o animal marinho virou sensação na ONG, mas não conseguiu sobreviver longe do seu habitat, e morreu depois de quatro meses. Virou, porém, uma bandeira do esforço da ONG pela sobrevivência dos animais.

Com informações de O Globo

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