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Ruído contínuo dos supercataventos desnorteia morcegos no RS

14 de setembro de 2009
2 min. de leitura
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Os biólogos que há quase uma década mapeiam os impactos ambientais dos aerogeradores sobre a fauna litorânea do Rio Grande do Sul já não escondem: o “vuvu” contínuo das pás dos supercataventos de Osório desnorteia os morcegos, que aparecem agora na história como os grandes esquecidos dos estudos preliminares à implementação, focados principalmente nas aves migratórias.

Quais as consequências do seu parcial desaparecimento na biodiversidade dos locais escolhidos para a implantação de parques eólicos no Rio Grande do Sul? Só o tempo dirá, mas é claro que cataventos não deixarão de ser construídos.

É até natural que os morcegos tenham sido “esquecidos” nas pesquisas anteriores à construção do primeiro parque eólico gaúcho: eles só voam no escuro e praticamente não são vistos de dia, ao contrário das aves migratórias e outros bichos diurnos.

Mas o “apagão” em relação à morcegada não serve como desculpa, pois um dos bichos pesquisados previamente nos estudos de impacto ambiental dos parques eólicos foi o tuco-tuco, mamífero abundante e pouco visível na paisagem do litoral gaúcho, onde vive entocado.

A evidência de que os morcegos são afetados pelo “vuvu” dos cataventos colocou esses mamíferos alados na agenda dos pesquisadores que há três anos monitoram a bem-sucedida operação dos cataventos da Ventos do Sul em Osório. Como de costume desde a construção desse parque eólico, é tudo confidencial.

Os contratos de prestação de serviços entre os biólogos e as empresas energéticas impedem que o assunto seja muito ventilado, mas alguma coisa sempre vaza e o segredo tenderá a cair à medida que forem implantados outros parques eólicos, atualmente em fase de planejamento, de Tramandaí a Santana do Livramento, passando por Santa Vitória do Palmar.

Um biólogo que estuda os sapos e pererecas informou que esses animais também são afetados pelo ruído dos cataventos. Com o barulho, os bichinhos vão cantar em outro lugar para poder “ter sucesso reprodutivo”.

A continuação dessa história está marcada para novembro, o mês do novo leilão de energia eólica programado pela Eletrobrás.

Com informações de Jornal Já

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