EnglishEspañolPortuguês

Polícia responsabiliza 5 por mortes em Zoológico em Goiás

10 de setembro de 2009
2 min. de leitura
A-
A+

O diretor do Parque Zoológico de Goiânia, Raphael Cupertino, uma zootecnista, dois veterinários e um professor do curso de Veterinária da Universidade Paranaense (Unipar) foram responsabilizados por 16 das 23 mortes de animais do parque neste ano investigadas pelo delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema). De acordo com o delegado, estes animais vieram a óbito por negligência destas pessoas.

O zoológico está interditado desde o dia 20 de julho, por causa do elevado número de mortes dentro do parque. Na época, foram registrados 47 óbitos. Hoje já são 70. Laudos apontam que não há uma ligação entre as mortes, mas relatórios feitos pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) mostram que a falta de investimentos no local por parte da prefeitura pode ter colaborado para o agravamento da saúde dos animais.

O delegado investigou a morte de 13 animais de grande porte e de nove tracajás (animal semelhante a uma tartaruga) e uma tartaruga. Chamou a atenção dele o fato de cinco animais terem morrido logo após a visita de uma turma de estudantes de veterinária, coordenados por um professor da Unipar, em janeiro deste ano.

“Eles morreram por causa da anestesia. Apesar de na ficha de necropsia constar outras causas, como um tumor no leão, por exemplo, a causa foi a anestesia. É como se você fosse fazer uma cirurgia para tratar uma doença e morresse durante a anestesia. Não dá para dizer que você morreu por causa da doença”, disse o delegado.

O diretor do zoológico, os veterinários e o professor foram responsabilizados pelas mortes de um leão, de uma onça, de um queixada, de um hipopótamo e de um tamanduá. Todos estes animais foram anestesiados durante um curso em janeiro. Com exceção do professor, os outros foram indiciados também pela morte de um bisão, em agosto deste ano, que havia sido anestesiado horas antes do óbito.

Já a zootecnista foi responsabilizada junto com a direção do parque pela morte de nove tracajás e de uma tartaruga, que foram devoradas provavelmente por gambás que andavam soltos pelo local. “O tanque onde estes animais ficavam foi esvaziado sem que fosse adotada a devida segurança. Só morreu essa quantidade enorme de tracajás porque houve negligência”, disse o delegado.

Carvalho diz que as pessoas responsabilizadas pelas mortes no inquérito não devem responder criminalmente por isso, mas apenas civilmente, pois não é algo previsto como crime na legislação. “Cabe ao Ministério Público agora decidir isso, mas no meu entendimento não houve dolo (intenção de matar), e a legislação não prevê crime culposo (sem intenção)”, explicou.

Fonte: Terra

Você viu?

Ir para o topo