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Açores, em Portugal, protegem aves marinhas ameaçadas

3 de setembro de 2009
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A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) está desenvolvendo um projeto de conservação de aves marinhas, na ilha do Corvo em S. Miguel, Portugal. A iniciativa intitula-se “LIFE – Ilhas Santuário para as Aves Marinhas” e visa estudar a erradicação completa de espécies exóticas que ameaçam um dos principais santuários destas aves do Oceano Atlântico.

Para expor os objetivos e os primeiros resultados do projeto, irá decorrer uma apresentação pública na sala de convívio da Santa Casa da Misericórdia do Corvo hoje, pelas 21 horas.

A SPEA, coordenadora do LIFE, em parceria com a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, e a Sociedade Real para a Proteção de Aves (Reino Unido) revela que o principal problema é a existência de altos índices de predação de juvenis de aves marinhas protegidas, por espécies introduzidas.

Os primeiros resultados indicam que durante a fase de incubação, que dura 60 dias, quase 90% dos ovos consegue eclodir, mas logo a seguir assiste-se a uma elevada mortalidade da faixa jovem e indefesa. Esta consequência é causada sobretudo por predadores introduzidos, como ratos, gatos e murganhos, que já causaram o desaparecimento de mais de 40% das aves jovens nos ninhos monitorizados.

A próxima ação do projeto será a instalação de uma área piloto de erradicação de espécies exóticas, vedada, onde se espera que as colónias de aves marinhas se instalem sem perturbação e sem problemas de predação. Esta poderá ser uma das maiores intervenções realizadas na Europa, numa ilha habitada em favor destas espécies, que constituem o grupo de aves mais ameaçado de extinção no planeta.

Ao longo dos últimos 500 anos, os milhões de aves marinhas que nidificavam anualmente nos Açores, diminuíram substancialmente como consequência da introdução de espécies predadoras e de plantas invasoras. Actualmente, com excepção do Cagarro, a ave marinha mais abundante nos Açores, as populações estão confinadas a pequenos ilhéus e a algumas falésias remotas e inacessíveis.

O projeto de proteção destas espécies irá decorrer ao longo dos próximos quatro anos, na Ilha do Corvo e no Ilhéu de Vila Franca do Campo, em S. Miguel e tem como objetivos melhorar o habitat das aves marinhas e aumentar a médio/longo prazo o número e a área de distribuição das mesmas nos Açores, bem como promover os valores ambientais.

Fonte: Jornal Diário

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