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Ponte ligando Mato Grosso do Sul e São Paulo ameaça animais de reserva ecológica

2 de setembro de 2009
2 min. de leitura
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Uma ponte sobre o Rio Paraná, ligando Mato Grosso do Sul e São Paulo, deve ser aberta em 10 dias e colocar em risco animais como anta, lobo-guará, tamanduá-bandeira, jacaré-do-papo-amarelo, cobra sucuri, onça-parda, cervo-do-pantanal, capivara, queixada, cachorro-do-mato e outras espécies que vivem na Reserva Particular do Patrimônio Natural Cisalpina, no município de Brasilândia (MS).

Nesta terça, as ONGs Apoena, Econg e Instituto Cisalpina realizaram uma manifestação para alertar as autoridades sobre o problema. De propriedade da Cesp, a reserva possui 6.261 hectares e protege uma área total de 22.886 hectares de varjões de rica diversidade e ainda poucos conhecidos da ciência. A área foi desapropriada para formação do lago da usina hidrelétrica Engº Sérgio Motta (Porto Primavera). Depois de cercada, transformou-se em um ‘santuário ecológico’, habitat de exuberante fauna, que vive nas croas de matas fechadas, entre os varjões dos rios Verde e Paraná.

Os moradores de Brasilândia e Paulicéia – o município paulista que fica na divisa – querem que a ponte seja liberada rapidamente. A ponte tem 1.017 metros, mas da área urbana até a cabeceira da ponte são 20 quilômetros de estrada no interior da reserva. Nesse trecho, que está sendo pavimentado, a velocidade deve ser limitada para evitar atropelamento de animais. Os manifestantes defendem a colocação de placas educativas de preservação ambiental e sinalização indicando velocidade máxima de 60 km/h, com controle por meio de radar eletrônico.

De acordo com Carlos Alberto dos Santos Dutra, presidente do Instituto Cisalpina, a rodovia que corta a reserva foi federalizada, em julho de 2008, pelo Ministério dos Transportes, que incorporou os trechos das rodovias estaduais que ligam o Pará ao Rio Grande do Sul. Ele defende que sejam feitas passagens subterrâneas sob o aterro da estrada, a exemplo da Ilha Grande, na divisa com o Paraná.

Roberto Franco, da Econg, de Castilho, afirma que vai aumentar o fluxo de ônibus e carretas vindos do complexo industrial formado pela indústrias Internacional Paper (IP) e Votorantin Celulose e Papel (VCP), instaladas no município de Três Lagoas.

A Reserva Cisalpina faz parte do projeto Corredor de Biodiversidade do rio Paraná, que está sendo desenvolvido por instituições da sociedade civil, com apoio do Ministério do Meio Ambiente.

Fonte: O Globo

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