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Rato dos EUA consegue mudar cor dos pelos

28 de agosto de 2009
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Foto: Emily Kay/Harvard University
Foto: Emily Kay/Harvard University

O rato veadeiro (Peromyscus maniculatus) tem passado pela situação da famosa mariposa salpicada (Biston betularia, espécie que se “camufla” em troncos de árvores), devido ao desenvolvimento de pelos mais claros que os disfarçam diante de predadores. A diferença aqui é que os ancestrais do mamífero não têm genes para pelos claros.

A maioria dos ratos veadeiros possui pelagem escura, que se distingue vividamente contra a coloração pálida das colinas de Sand Hills, no Estado de Nebraska (EUA). O terreno sinuoso da região se formou há 10 mil anos, mas análises genéticas na espécie, conduzidas pela equipe de Catherine Lenn, da Universidade de Harvard, apontaram que os ancestrais do rato veadeiro não continham os genes para pelos claros. Isso significa que as características que apareceram são provenientes de uma nova mutação, que rapidamente se propagou entre a população local de ratos veadeiros.

A mutação está em um gene chamado Agouti, que ajuda no controle das cores do pelo em muitos mamíferos.  “Encontramos uma associação muito forte entre uma única anulação de aminoácido, parte funcional e importante do gene, e a cor do fenótipo”, disse Linnen.

Ron Woodruff, um biólogo evolucionista da Universidade Estadual Bowling Green, em Ohio, disse que os resultados são impressionantes. “Quaisquer casos onde você pode encontrar seleções positivas para uma mutação são interessantes”, diz ele.

O total de variação genética na nova versão do Agouti sugere que a mutação ocorreu há menos de 10 mil anos, diz Linnen – depois da formação sinuosa das colinas em Sand Hills.

Urgente

Normalmente, para obter uma evolução tão rápida desta maneira, uma espécie precisa ter uma versão alternativa de um gene já em circulação. Uma mudança nas condições – da maneira como árvores se tornam mais escuras quando são cobertas de fuligem – pode, então, estabelecer a seleção urgente – que causa a mudança do gene, assim como a sua propagação. Mas, no caso do rato veadeiro, a nova versão do Agouti se espalhou rapidamente desde o começo.

Woodruff diz que esta mutação – que ocorre depois que espécies se deparam com uma situação da qual se beneficiarão, e terão condições melhores do que antes – pode ser mais importante para a evolução do que os biólogos pensam.

Woodruff aponta que as mutações podem ocorrer enquanto o animal ainda está no útero. Caso isso ocorra suficientemente cedo, a mutação pode estar presente em muitos dos seus espermatozoides ou óvulos. Ou seja, em seguida, o animal pode ter vários filhos com a mutação, tornando mais fácil a sua propagação.

Fonte: Gazeta Web

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