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Como evitar que seu animal fique gripado

7 de agosto de 2009
4 min. de leitura
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Assim como os seres humanos, os animais domésticos ficam mais gripados no inverno. “Tanto os cães quanto os gatos estão mais predispostos a apresentar doenças respiratórias virais, especialmente os filhotes e, em alguns casos, podem ocorrer infecções bacterianas secundárias, com o desenvolvimento de pneumonia, que pode levar à morte”, afirma a professora Sílvia Regina Ricci Lucas, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). Se o animal apresentar sintomas como tosses, espirros, febre, ausência de apetite e falta de disposição por mais de dois dias, os donos devem levá-lo ao veterinário. 
 
Indisposição
Se seu cão anda desanimado, observe se ele não apresenta outros sintomas de gripe. Foto: Reprodução Época
Nos cães, a infecção respiratória mais comum é a traqueobronquite (tosse dos canis ou gripe canina). Foto: Reprodução Época

Se seu cão anda desanimado, observe se ele não apresenta outros sintomas de gripe. Os agentes causadores da gripe em cachorros e gatos são diferentes dos que atacam as pessoas. Nos cães, a infecção respiratória mais comum é a traqueobronquite (tosse dos canis ou gripe canina). Entre os agentes causadores estão o vírus parainfluenza e a bactéria Bordetella bronchiseptica. A veterinária Marcia Lembo afirma que a doença é transmitida com facilidade de focinho para focinho. “Se entre dez cães houver um com a tosse canina, os outros vão pegar”, diz. Por isso, Marcia orienta os donos dos cachorros a evitar passear em praças com aglomerações dos animais e nos horários mais movimentados. Há outras doenças que comprometem as vias respiratórias dos cães como a cinomose (paramixovírus) e a hepatite infecciosa canina (adenovírus). “Além disso, os cães podem apresentar quadros respiratórios alérgicos que também se manifestam com tosse e, nessa época do ano, com a diminuição da umidade relativa do ar, tornam-se mais suscetíveis a complicações como pneumonias”, afirma Sílvia Ricci.  

Alimentação

Falta de apetite é um dos sintomas da gripe. Marcia afirma que os gatos normalmente têm rinotraqueíte. “Estando o animal vacinado, a recomendação é evitar corrente de ar, choque térmico na saída do banho, por exemplo”, diz. A doença pode apresentar sintomas leves até quadros mais graves. “Os quadros mais graves podem ainda ser complicados pela infecção concomitante com outros vírus como o da leucemia felina e o da imunodeficiência felina (duas viroses que levam a quadros de imunodeficiência adquirida)”, diz Sílvia Ricci.

Falta de apetite é um dos sintomas da gripe. Foto: Reprodução Época
Falta de apetite é um dos sintomas da gripe. Foto: Reprodução Época

 

Para tratar a gripe podem ser indicados simplesmente repouso acompanhado da ingestão de vitaminas, antibióticos e até uma internação.

Gripe suína
Segundo a veterinária Marcia Lembo, neste ano, com as notícias sobre a gripe suína alguns clientes chegaram a perguntar se os bichos também poderiam contrair a doença. Cães e gatos não correm esse risco. Os donos de ferrets (os furões), entretanto, devem tomar alguns cuidados com a nova gripe. Esses animais também são afetados pelo vírus Influenza do tipo A. “Quem tiver qualquer tipo de problema respiratório deve evitar chegar perto do furão”, diz Marcia, que tem dois ferrets. Não se deve tossir ou espirrar em cima desses bichos e os proprietários devem lavar as mãos várias vezes ao dia. 

“Os ferrets são suscetíveis aos mesmos tipos de gripe que as pessoas e podem tanto adquirir a doença em contato com uma pessoa doente quanto transmiti-la”, afirma Sílvia Ricci. Ela diz que ainda não há relatos de infecção natural dos furões pelo vírus da gripe suína, mas experimentos em laboratório demonstraram que o H1N1 atinge vias respiratórias superiores e inferiores (pulmão e brônquios) dos animais e é um pouco mais patogênico do que outros tipos de Influenza. 

Veja como prevenir as doenças respiratórias dos animais:

Sintomas  
Tosse, espirros, secreção nasal e ocular que varia de serosa (aquosa) a mucopurulenta (espessa, amarelada), olhos avermelhados, diminuição do apetite, febre e prostração. 

Prevenção
 
– Deixar os animais, principalmente os cães de grande porte, em locais protegidos nos dias mais frios, especialmente durante a noite;
– Vacinação com acompanhamento profissional, para que o veterinário avalie a necessidade das vacinas e o intervalo entre as aplicações;
– Utensílios como comedouros e bebedouros devem ser individuais;
– Lavar as mãos após o trato de cada animal;
– Banhos apenas quando necessário (nos horários mais quentes do dia, com água morna e secagem com secador);
– Em canis e gatis, animais com secreções oculares, nasais e espirros devem ser isolados dos sadios e tratados até sua completa recuperação. 

Fontes: professora Sílvia Regina Ricci Lucas (USP) e veterinária Marcia Lembo/ Época

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