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ONG protesta em frente ao zoo de Goiânia e exige afastamento de direção

30 de agosto de 2009
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Membros e simpatizantes da Associação dos Defensores do Meio Ambiente – Biodefesa fizeram um protesto em frente à entrada pública do Zoológico de Goiânia, contra o excessivo número de morte que aconteceram ali, neste ano. Desde janeiro último, morreram 69 animais no zoológico da Capital. “Queremos que a atual administração seja afastada. E também que sejam contratados biólogos concursados, para que acabe a violência que resulta em morte dos bichos dentro do Zoológico de Goiânia”, afirmou Maria de Lourdes Rabelo, presidente da Biodefesa.

Com gritos de “Fora, Cupertino!” e “Iris Rezende, cadê você, os bicho tudo vai morrê!” (sic), os manifestantes demonstraram indignação perante a morte de mais de 10% do plantel, em menos de um ano. Depois das mortes noticiadas, o Zoológico de Goiânia foi fechado à visitação pública, no último dia 20 de julho. Para a presidente da Biodefesa, não é necessário mudar o Zoológico de endereço para garantir o bem-estar do plantel: “A mudança não é necessária. O que é preciso fazer é melhorar os recintos e contratar profissionais qualificados para cuidar dos animais”, comentou Lourdes Rabelo.

Esteve presente na manifestação um dos donos das duas girafas que morreram no Zoológico, George Stevanovich, sócio do Le Cirque. “Não dá pra esperar morrer para depois apresentar soluções. Nossas girafas morreram aqui, apesar de termos avisado que elas estavam recebendo alimentação inadequada. Agora, queremos cuidar da Safira, nossa zebra, já entramos na Justiça pedindo de volta todos os nossos bichos, espero que os juízes se sensibilizem e não aceitem que os animais continuem morrendo”, comentou.

Para o biólogo Igor Brandão, que também é ambientalista, a administração do Zoológico precisa ser mais profissional. “69 mortes em menos de um ano. Os bichos mortos são mais que 10% do plantel. Está constatado que a atual direção não possui capacidade de administrar o parque. Em outros zoológicos do Brasil, 80% do corpo técnico administrativo é composto por biólogos, mas isso não acontece aqui”, afirmou.

Brandão, que afirma ter estagiado no Zoo de Goiânia há dois anos, conta que, na época de seu estágio, não havia mais que cinco biólogos para cuidar de todos os bichos. “Aqui na Capital, não vemos prédios caindo, porque todas as construções têm um engenheiro que responde por elas. Mas no zoológico, quem cuida dos recintos e dos bichos não são biólogos, são meros tratadores. Em outros zoológicos do País, 80% do corpo técnico é composto por biólogos concursados”, critica.

O diretor do Zoológico, Raphael Cupertino, informado sobre as críticas que os manifestantes fizeram, afirmou que o Zoológico tem dois biólogos e que um terceiro, aprovado em concurso da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), deve tomar posse em breve. “Além dos biólogos, temos quatro veterinários e quatro zootecnistas. A Sociedade dos Zoológicos, quando nos visitou, neste mês, declarou que esta quantidade é suficiente para cuidar do plantel”, comentou.

Sobre os pedidos de afastamento da diretoria, Cupertino disse que, em sua administração, sempre trabalhou pela melhoria da qualidade de vida dos animais e procurou enriquecer a dieta alimentar de todo o plantel, que passou a ser alimentado com dieta balanceada. “Os animais, até então, não tinham dieta balanceda. Também organizamos fichas individuais. Nossa disposição é a de continuar no cargo, desenvolvendo o mesmo trabalho. E entendemos que manifestações da sociedade são normais, fazem parte da democracia”, afirmou.

Fonte: Hoje Notícias

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