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Ativistas se opõem ao plano do zoológico de Auckland

30 de agosto de 2009
3 min. de leitura
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Por Renan Vicente de Andrade (da Redação)

Ativistas dos direitos dos animais estão se opondo aos planos do zoológico de Auckland de aumentar o número de elefantes, após a morte de Kashin.

A elefanta asiática de 40 anos de idade foi eutanasiada na segunda-feira passada devido à sua saúde deteriorada. Ela estava sofrendo de artrite, abcessos nas patas e infecções na pele.

O diretor do zoológico, Jonathan Wicken, disse que espera substituir Kashin nos próximos 6 à 12 meses e disse ter plano a longo-prazo para extender a área dos elefantes.

“Esperamos estabelecer uma manada muito maior – que se reproduza e – que seja uma réplica natural de uma estrutura social dos elefantes”, disse o diretor.

O zoológico trabalharia com a European Elephant Breeding Programme (Programa Europeu de Reprodução de Elefantes, em tradução livre) para garantir uma reprodução adequada.

No entanto, o diretor de campanha da Saving Animals From Exploration, SAFE (Salvando Animais da Exploração, em tradução livre) Hans Kriek se opôs aos planos.

Ele citou pesquisas recentes que mostraram que muitos elefantes morrem consideravelmente mais cedo em zoológicos do que o fariam se estivessem na natureza.

“Kashin é um exemplo perfeito. Seus problemas  – artrite e problemas nas patas – são muito comuns em elefantes mantidos em cativeiro”, disse Kriek.

“Essa é uma das razões principais que criam a necessidade da eutanásia – eles (os elefantes) não aguentam”.

“Se o zoológico estava agindo de acordo com os interesses da elefanta Burma, elefanta remanescente, eles a colocariam em uma área de conservação onde ela pudesse ter os companheiros que ela escolher”, disse Kriek. “O zoológico poderia usar o atual espaço dos elefantes para dar um ambiente melhor para outros animais que estão em espaços minúsculos”.

“Internacionalmente, há uma bom número de zoológicos que desistem de manter elefantes em suas dependências pois eles simplesmente enxergam que não são capazes de oferecer aos animais o ambiente de que precisam.” declara o ativista. “Um elefante na natureza, em média, vaga por uma área de cerca de 50 km por dia. Que tipo de zoológico pode oferecer algo que, ao menos, se aproxime disso ?”

O diretor Wilcken disse que o público foi convidado a ver o lugar onde Kashin está enterrada, uma área que a elefanta gostava e que não era comumente aberta ao público. “Podíamos vê-la andando pelos cantos do zoológico e este era um lugar que ela gostava”, diz.

Nota da Redação:
O próprio conceito de “réplica” implica em algo que imita um algo pré-existente. Como, então, é possível uma réplica natural de uma estrutura social, que é complexa e cheia de tramas ? O zoológico tira toda a autonomia dos animais que, por sua vez, têm plenos direitos de gozar da liberdade (que talvez nunca tenham conhecido). Tratam da elefanta como se ela fosse uma mera peça – plenamente substitutível. Manipulando-os para que se reproduzam de uma forma “adequada”, quando na verdade, adequado mesmo, tal como ético e respeitoso, seria tê-los em seu habitat natural, sem incomodá-los, prendê-los ou perturbá-los de alguma forma..

*Com informações de Stuff

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