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Morre no zoo de Goiânia 2ª girafa do Le Cirque

26 de agosto de 2009
4 min. de leitura
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Morreu na tarde de ontem (25) a outra girafa trazida para o Zoológico de Goiânia em janeiro deste ano por determinação da Justiça do Distrito Federal. A direção do estabelecimento informa que ainda não se sabe a causa da morte e que a girafa, de nome Kim, apresentou verminose e diarreia, mas, há três dias, o quadro havia melhorado. Em junho deste ano, a girafa Tico, que também estava sob os cuidados do zoo, morreu de anemia crônica. Os dois animais foram retirados do Circo Le Cirque, de Brasília, por denúncias de maus-tratos. O corpo de Kim foi encaminhado para a Universidade Federal de Goiás (UFG), onde será feita a necropsia. Os procedimentos serão acompanhados pelo Ibama e pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema).

(Foto: Cristina Cabral/O Popular/AE)
(Foto: Cristina Cabral/O Popular/AE)

Após a morte da girafa, a presença de uma mulher nas dependências do Zoológico chamou a atenção da direção do local e do delegado Luziano de Carvalho, titular da Dema. O delegado explica que essa mulher relatou que faz caminhada próximo ao local todos os dias e, como é amiga do pessoal do Le Cirque, aproveita para observar como está a girafa. Ontem, ao perceber que o animal não estava em seu recinto, resolveu averiguar o acontecido. Não se sabe como essa mulher entrou no local, já que os portões estão fechados para visitação pública. Luziano diz que ela já foi qualificada e deve ser ouvida hoje.

Apesar do quadro apresentado pelo animal há mais de 15 dias, o diretor do Zoológico, Raphael Cupertino, diz que se surpreendeu com a morte da girafa. Ele observa que, mesmo com a verminose e a diarreia, Kim não parou de se alimentar e estava ativa e as fezes já estavam normais. O diretor observa que, diante das características apresentadas por Kim, provavelmente tenha sido realizado procedimento de vermifugação errado no animal. Para reverter o quadro, os técnicos do zoo realizaram quatro procedimentos para reverter o quadro.

Quanto à presença da mulher (não identificada a pedido da Dema), Cupertino diz que é “no mínimo, estranha”. Ele salienta que não pode afirmar que tenha ocorrido um ato criminoso, mas de todas as mortes registradas até agora no zoo – 63 no total –, a da girafa Kim foi a que causou mais estranheza. “Foi uma grande surpresa para nós, pois a girafa estava bem e recuperada”, lamenta. Ele diz que, antes das mortes dos nove tracajás e da tartaruga da Amazônia, os óbitos registrados eram independentes e pontuais. “É uma seqüência de óbitos de animais de grande porte e vamos tomar todas as providências para resolver essa situação. Os laudos serão feitos de forma isenta pela UFG, Ibama e Dema”, diz.

A morte de Kim mobilizou equipe do Ibama, que acompanhou o caso desde o momento em que o animal começou a passar mal, por volta das 14h45 de ontem. A coordenadora de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, Cristiane Borges Miguel, diz que, pelo que foi observado, a equipe técnica do Zoológico fez todos os procedimentos possíveis para reanimar o animal. Não houve negligência e nem falta de cuidados”, diz. Cristiane salienta que o Ibama acompanhava a situação da girafa e tinha informações de que o animal estava recuperado. Agora, aguarda o resultado dos exames, inclusive toxicológico, para saber a causa da morte.

Le Cirque

O advogado do Le Cirque, Edilberto de Castro Dias, compareceu ao Zoológico e solicitou ao diretor do estabelecimento que um técnico do circo acompanhe a necropsia de Kim. Raphael Cupertino informou ao advogado que o acompanhamento será liberado somente mediante ordem judicial. Mesmo afirmando não ter tido acesso ao lauda pericial sobre a morte de Tico, Edilberto diz que o circo não concorda com o resultado.

Edilberto afirma que protocolou ação na Justiça Federal em Goiânia para que os animais do Le Cirque que estão em Zoológicos do País sejam devolvidos ao circo. No total, a Justiça retirou 26 animais daquele estabelecimento. Quanto à mulher que diz ser amiga do pessoal do Le Cirque, o advogado diz que o estabelecimento “não tem nada a ver com ela”. O advogado observa que a preocupação agora é com a zebra, que também está sob os cuidados do zoo da capital.

Mortes

O número de óbitos este ano no Zoológico de Goiânia subiu para 63 com as mortes da girafa Kim e de um filhote de anta de apenas dois dias, também registrada na tarde de ontem (25). Os técnicos do Zoológico trabalhavam para salvar o filhote, que nasceu, no domingo, com má formação no membro anterior direito. Além disso, foi constatado que o filhote tinha sopro cardíaco, provável causa da morte.

Fonte: Jornal Hoje Notícia

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